O senador Omar Aziz (PSD) fez duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante entrevista concedida ao canal Globonews e publicada em suas redes. O político lembrou das ações do ex-Chefe do Executivo Federal durante a pandemia e o relacionou diretamente com a tentativa de golpe em Brasília (DF) no dia 8 de janeiro.
“O Bolsonaro é o chefe de tudo isso que está acontecendo no Brasil, não tenha dúvida. Ele só não tem a coragem que tinha antes porque agora está sem foro privilegiado por não ter mandato”, repreendeu Aziz. “Toda quinta-feira em lives eram agressões contra as famílias e brincadeiras com pessoas que estavam sem oxigênio, quando faleceram 200 pessoas em um dia. Praticamente um avião”, relembrou. O fatídico dia 14 de janeiro fez ‘aniversário’ de dois anos e até o momento, o ex-presidente do Brasil não foi responsabilizado pelas ações (ou falta delas) na pandemia. Para o senador, a omissão de Bolsonaro não pode ficar impune.
Omar Aziz explicou que esse foi o principal motivo para iniciar a CPI da Covid no Senado Federal. O senador disse que não se opõe à instalação de uma CPI para apurar o que aconteceu em Brasília.
“Nós não temos que passar a mão na cabeça de ninguém. Há uma preocupação muito grande sobre o fundo constitucional do Distrito Federal. Um dia você pode ter um governador aliado e noutro, pode não ter, permitindo o que aconteceu no último dia 8. Está na hora de se tomarem posições na reforma política que o Senado terá que analisar”, observou Omar Aziz. O senador disse que externalizou a preocupação para o presidente Lula (PT).
A politização da polícia também foi pauta. Para o senador, é preciso despolitizar a Polícia enquanto instituição mantendo o direito individual de cada um sem que este interfira ou use um cargo alto por idealização política.
“Nós temos que fazer mudanças reais e para melhor. Para garantir a liberdade real de expressão. Não é libertinagem. O mais engraçado foi ver um golpista terrorista dar uma de ‘valentão’ e depois que é preso dizer que ‘não foi bem assim’. Não podemos passar a mão”, frisou.
Priscila Rosas, para Portal O Poder
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