O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou público o acesso aos processos sobre os atos de 8 de janeiro que envolvem o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e ao governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. A informação é da analista de política da CNN Thaís Arbex.
Torres, durante o depoimento à Polícia Federal (PF), ficou em silêncio. Ele optou por uma “defesa técnica”, ou seja, a defesa não deve tentar derrubar as acusações com argumentos, mas deve buscar brechas no processo para apontar alguma inconsistência na acusação.
A CNN teve acesso à íntegra do depoimento do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em exercício durante os atos do dia 8 de janeiro, Fernando Oliveira. Ele ocupava o cargo de forma interina já que Anderson Torres estava de férias nos Estados Unidos.
Oliveira disse que havia dois grupos de mensagens responsáveis por subsidiar e difundir informações de inteligência em tempo real sobre as manifestações do dia 8, os grupos tinham nomes de “difusão” e “perímetro”. Dentre os membros do grupo estariam ele, Torres, o comandante-geral da Polícia Militar, Fábio Augusto e outras autoridades. Nos grupos eles falam que a situação de Brasília antes dos ataques era de “normalidade”.
Torres diz que está preparado para falar do conteúdo de seu celular e as razões para não ter trazido o aparelho na viagem dos Estados Unidos de volta ao Brasil, de acordo com interlocutores de Torres ouvidos pela CNN.
Anderson Torres está preso desde sábado, 14, em Brasília.
O depoimento foi remarcado pela Polícia Federal para próxima segunda-feira, 23, depois do ex-ministro permanecer em silêncio durante interrogatório. O motivo: a defesa alega que não teve acesso aos autos dos quatro inquéritos que tramitam contra Anderson Torres. Haveria informações disponíveis de apenas um deles.
Da Redação com informações da CNN Brasil
Foto: SCO/STF