Mesmo com uma das maiores reservas de gás natural do país, o Amazonas está entre os três Estados com o gás de cozinha mais caro do Brasil. A elevação é registrada após a privatização da antiga Refinaria Isaac Sabbá (Reman), ocorrida em dezembro do ano passado, ao fim do governo Bolsonaro (PL).
A expectativa do presidente Lula (PT), que foi contrário ao processo de privatização da refinaria, é de que o governo federal consiga desestatizar todas as refinarias que foram privatizadas no país. A atual Refinaria da Amazônia (Ream) – nome dado pelo grupo Atem após a privatização – tem uma das tarifas do gás de cozinha mais caras do Brasil em relação as refinarias da Petrobras.
De acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o botijão de gás de 13 quilos em Manaus está saindo, em média, por R$ 122,75 e pode chegar a R$ 142. Antes da privatização, a refinaria amazonense vendia o produto, aproximadamente, 0,8% mais barato em comparação às demais.
Reajuste
Assim que a Remam foi transferida para o grupo Atem, em 1º de dezembro do ano passado, houve reajuste no preço do gás de cozinha. Desde o início do ano, o preço do produto subiu 3% e, de acordo com a ANP, de 1º a 7 de janeiro, o item era comercializado na capital amazonense a um valor médio de R$ 119,06. No fim de janeiro, a tarifa do gás foi reajustada novamente para R$ 122,61.
Atualmente, a Ream é a empresa que possui o monopólio da região Norte, pois fornece gás de cozinha para Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Acre e Roraima.
Venda
A Reman foi vendida ao grupo Atem’s Distribuidora de Petróleo S.A (Atem), em uma negociação que envolveu 257,2 milhões de dólares (cerca de R$ 1,3 bilhão). Após a venda, o Amazonas está com o terceiro gás mais caro do país, no valor de R$ 122, ficando atrás somente de Roraima, onde a botija custa R$ 129,03, e de Tocantins, que registrou R$ 123,88 na primeira semana de fevereiro.
Augusto Costa, para O Poder
Ilustração: Neto Ribeiro/Portal O Poder