A bancada evangélica da Câmara dos Deputados chegou a um consenso após a eleição do presidente ser anulada por causa de uma polêmica envolvendo falhas técnicas e acusações de fraude. Nessa quarta-feira, 8, os dois pretendentes ao cargo chegaram a um acordo comum. A melhor opção encontrada foi o rodízio no posto de presidente.
O deputado Eli Borges (PL-TO) assumirá a bancada nos primeiros seis meses enquanto Silas Câmara assume nos outros seis meses. O revezamento é válido para o biênio 2023-2024, uma vez que o mandato, neste caso, duplo, tem duração de dois anos. Ambos são membros da maior denominação evangélica do país, a Assembleia de Deus.
Silas e Eli queriam liderar a bancada no primeiro ano de Legislatura para frear possíveis pautas identitárias da esquerda no Congresso. A alternância da presidência tornou o desejo dos parlamentares viável.
Os deputados assumem o posto de Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), pastor da Assembleia Vitória em Cristo, igreja de Silas Malafaia, além de ser aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e opositor do PT. Com a nova presidência, o plano da bancada é manter-se moderada no governo Lula.
Acusação de fraude
A eleição para presidente teve que ser anulada na última quinta-feira, 2, após problemas com a votação e discussão entre os concorrentes. O deputado Sóstenes Cavalcante afirmou que houve erros no sistema por quedas na internet e declarou a nulidade do processo e uma nova tentativa no dia 15.
Na ocasião, havia mais votos na Sessão do que presentes. Por isso, próximo ao término da eleição por cédulas, o grupo de Eli Borges começou a questionar supostos indícios de fraude. O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) chegou a falar que os votos estavam beneficiando Silas Câmara, mas voltou atrás e pediu desculpas.
Foi a primeira vez que a Frente Parlamentar Evangélica recorreu ao voto para definir seu presidente. A decisão costuma ocorrer por aclamação, sem necessidade do pleito.
Priscila Rosas, para Portal O Poder
Ilustração: Neto Ribeiro/Portal O Poder