Enquanto pessoas agonizavam, acometidas de forma mais grave pela Covid-19, militares gastavam – ilegalmente – a verba destinada ao enfrentamento da doença com salgadinhos e picanha. A informação foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira, 3.
Na reportagem, a Folha indica que os dados constam na auditoria votada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no dia 29 de março deste ano.
A conclusão teve como base a análise de R$ 15,6 milhões de despesas executadas pelo Ministério da Defesa e Forças Armadas com recursos enviados pelo Ministério da Saúde a título de ressarcimento ao apoio logístico prestado em ações na pandemia.
Entre as irregularidades, o TCE indicou que mais de R$ 256 mil foram gastos com salgadinhos, sorvetes e refrigerantes.
Aqui, os auditores destacaram que “provavelmente os alimentos não teriam sido usados para reforço alimentar da tropa envolvida na Operação Covid-19”, devido ao seu baixo valor nutritivo.
Além disso, houve a compra de 12 mil quilos de filé mignon e picanha por R$ 447 mil.
Mesmo que haja uma normativa do Exército que autoriza a compra de corte de carne bovina, o TCU disse ser necessário observar o princípio da legalidade, da razoabilidade e do interesse público.
Nesse sentido, o tribunal entendeu que os princípios foram violados e que ajudou no endividamento da União, o que contribuiu para a crise econômica e social vivida no país pela pandemia.
Da Redação O Poder, com informações da Folha
Ilustração: Neto Ribeiro, Portal O Poder