janeiro 20, 2025 13:49

RR: Deputados ignoram crise na Sesau e questionam atendimento em hospital particular

Roraima – Nos últimos anos, a população de Roraima sofre com e reclama do atendimento de Saúde oferecido pela gestão do governador Antonio Denarium. Ao passo que o governador bolsonarista fecha os olhos para as denúncias contra a secretária de Saúde, Cecília Lorenzon, parte dos deputados estaduais também ignora a crise no sistema de saúde estadual, mas parte para o confronto contra uma rede privada de Saúde.

Para fontes ligadas a alguns deputados estaduais e profissionais da saúde que acompanham O Poder, é curiosa a forma como os representantes do Estado fiscalizam alguns serviços, mas esquecem de outros importantes para a qualidade de vida da população.

“A maternidade funciona em uma estrutura improvisada há anos, a reforma da nova maternidade não avança e agora sabemos até que verbas federais foram perdidas. Qual o compromisso do governador e quais serão os reais motivos para boa parte dos deputados não se manifestarem?. O governador parece um rei”, desabafou um médico, que pediu anonimato.

Ocorre que a Comissão de Defesa do Consumidor e Contribuinte da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) convocou a empresa Unimed para esclarecimentos sobre a falta de atendimento para pacientes. A reunião, entre representantes da comissão e empresa, ocorreu na quarta-feira, dia 31 de maio.

O grupo parlamentar convidou o diretor-presidente da Unimed/Fama, Emanoel Licarião, que foi representado pelo advogado da empresa, Yago Renan Licarião. A reunião foi conduzida pela presidente da comissão, deputada Tayla Peres (Republicanos), acompanhada dos deputados Cláudio Cirurgião (União) e Marcinho Belota (PRTB), além da diretora do Procon Assembleia, Mileide Sobral.

Tayla Peres, antes de começar os questionamentos, apresentou demandas referentes a possíveis quebras de termos de ajustamento de conduta firmados entre a Unimed, Procon Boa Vista e Prefeitura de Boa Vista, a ausência de respostas a documentos encaminhados à empresa, a continuidade de fechamentos de contratos com novos beneficiários e a falta atendimentos aos convites feitos pela Assembleia Legislativa para esclarecimentos de demandas.

“Queríamos falar sobre as terapias das crianças que estão suspensas pela Unimed e saber a solução dos problemas. Vamos aguardar uma resposta por escrito deles, formalizar um oficio e entregar, presencialmente, ao Ministério Público para que a gente possa ter uma solução definitiva”, destacou Tayla Peres.

Para servidores, profissionais da Saúde e pacientes que aguardam por algum atendimento na rede estadual, é questionável a atuação dos parlamentares na defesa dos direitos na população. “Não questiono esse confronto por atendimento a crianças com espectro autista na rede particular, mas acredito que eles deveriam ter esse mesmo empenho para colocar a secretária de Saúde e o governador lá (na Assembleia) e perguntarem, questionarem a causa da Saúde estar um caos. Eles não fazem isso. São covardes, eles têm medo do governador agiota”, disse uma funcionária da maternidade de lona.

Fiscalização

Diferente da legislatura passada, quando os deputados ficavam completamente submissos às ordens do governador, nesta um pequeno grupo, composto principalmente por novatos, afronta o governador com fiscalizações. Uma delas ocorreu na obra inacabada da maternidade e outra na maternidade de lona.

Em março deste ano, após diversas denúncias, membros da Comissão de Saúde e Saneamento da ALE fizeram uma visita técnica na estrutura improvisada do Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth e constataram o que a população já sabe: uma série de irregularidades.

À época, em entrevista ao O PODER, o deputado Armando Neto (PL) estreante disse que a maternidade necessita de melhorias, readequações e reparos. Ele se comprometeu em cobrar o governador bolsonarista Antonio Denarium.

Já o deputado Jorge Everton (UB), que só começou a criticar o governador este ano após dar sinais de rompimento, vistoriou a obra inacabada da maternidade no dia 24 de março e disse que os serviços não foram concluídos por má gestão, já que o governo deixou de usar R$ 36 milhões de emendas federais.

“Aqui na visita na maternidade nós constatamos que a denúncia de que teria se perdido o recurso federal, um montante de aproximadamente R$ 36 milhões, ela procede. Essa obra já era para ter sido terminada com recursos de emendas parlamentares federais, mas, infelizmente, por má gestão e nós vamos investigar quem é o culpado, vamos cobrar que o governador apure quem foi o responsável por perder esse recurso para tomar as providências necessárias”, disse Jorge Everton à época.

Calado

Já o presidente da Casa Legislativa, Soldado Sampaio (Republicanos), que tem ambição de ser prefeito de Boa Vista, segue completamente em silêncio sobre a crise na saúde, as denúncias da população, mas apoia o governador quando recebe ordem para articular a aprovação de projetos de interesse de Antonio Denarium. Nos últimos anos, desde que assumiu à ALE, Sampaio nunca foi em nenhuma unidade de saúde ouvir a população ou sequer cobrou atitude do governo.

 

Foto: Divulgação 

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