setembro 7, 2024 21:20

CBA poder ser a ‘farmácia do mundo’

Com um potencial imensurável na biodiversidade Amazônica, o Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), localizado em Manaus, tem a missão de ajudar a região a se consolidar como “a farmácia do mundo” e já começa a chamar a atenção da mídia nacional pelas possibilidades de bionegócios.

Na avaliação do titular da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Bosco Saraiva, até pouco tempo integrado à autarquia, o CBA desenvolve projetos na área de bioeconomia e está em uma fase de transição, com reajuste de contrato e captação de recursos privados.

Mas a novidade que pode dar um novo impulso para as pesquisas realizadas no local é que em maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou decreto para qualificar a organização social que vai assumir a gestão do CBA, que até então era vinculado à Suframa. O centro, que trocou a palavra biotecnologia por bionegócios no nome oficial, desenvolve pesquisas e projetos na área de bioeconomia.

A partir de agora, o centro passa a ser administrado pela Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (FUEA). Com personalidade jurídica própria — uma reivindicação antiga do Tribunal de Contas da União (TCU) —, o centro passa a ter mais autonomia para captar recursos públicos e privados e ampliar suas atividades.

 Projetos 

As iniciativas levam sempre em conta o aproveitamento econômico, racional e sustentável da biodiversidade amazônica. Uma das pesquisas, conduzidas pelo químico Flávio Freitas, envolve a confecção de um bioplástico feito a partir da extração de amido da farinha (produto em abundância na região). Apesar de menos resistente que o plástico convencional, esse bioplástico é altamente biodegradável — em contato com o solo, em 30 dias ele degrada completamente, enquanto o plástico comum demora de 200 a 400 anos para degradar.

Pesquisas recentes encontraram nanopartículas, os microplásticos, no organismo humano. Os prejuízos à saúde humana ainda são incalculáveis.

Entre outras pesquisas de Freitas, aparece a que um couro vegano desenvolvido a partir da celulose bacteriana, com baixo custo e de mais fácil obtenção em relação ao couro de origem animal. Além do uso comercial, tem sido estudada sua aplicação como curativo.

Uma outra pesquisa envolve obtenção de catalisadores a partir de fontes renováveis como casca de tucumã, semente de cupuaçu, pedra da pescada para obtenção de biodiesel. O trabalho científico “Catalisadores a partir de fontes renováveis” foi indicado ao Eni Awards 2022, considerado o Nobel do Meio Ambiente e Sutentabilidade.

Trata-se de um biocombustível biodegradável, atóxico, livre de enxofre e aromáticos, com um ponto de ebulição superior ao do diesel. Ele também possui um maior potencial de reutilização.

Preservação da floresta

Bosco Saraiva ainda defende o papel da Zona Franca de Manaus em garantir a preservação de 97% da floresta. Criado no fim da década de 1960, o polo industrial promove o desenvolvimento regional e é colocado como alternativa à exploração predatória dos recursos naturais da Amazônia.

“A Amazônia é a farmácia do mundo e a Zona Franca preservou exatamente essa farmácia. Os nossos estados irmãos, infelizmente, como não tiveram oportunidade de terem as unidades fabris, sofreram”, afirmou Saraiva.

O superintendente da Suframa se disse otimista sobre a aprovação da reforma tributária no Congresso. Uma versão preliminar do relatório foi apresentado na última terça-feira, 6,  pelo relator da matéria na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

 

 

Da Redação, com informações do Metrópoles

Foto: Divulgação

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