O superintendente da Policia Federal do Amazonas, Umberto Ramos, durante entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 20, fez um balanço da Operação Emboabas realizada em Manaus e várias capitais brasileiras com o objetivo de desarticular esquemas criminosos envolvendo a mineração ilegal de ouro.
“Estamos deflagrando hoje a Operação Emboabas para desarticular um robusto grupo criminoso que atua na extração ilegal de minério de ouro para promover a sua comercialização no mercado nacional e internacional. Trata-se de uma organização criminosa de grande porte que promove fraudes na emissão dos documentos que subsediam a extração desse minério”, afirmou.
Umberto Ramos confirmou ainda que hoje foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva em Manaus e prisões em flagrante com a apreensão de lincotes de ouro, além de mandados e buscas que foram cumpridos em outros estados.
De acordo com a PF, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca, além de outras medidas cautelares, nas cidades de Manaus/AM, Anápolis/GO, Ilha Solteira/SP, Uberlândia/MG, Areia Branca/RN, Ourilândia do Norte/PA, Tucumã/PA e Santa Maria das Barreiras/PA.
Também foi deferida ordem de sequestro de bens no montante total de mais de R$ 5,7 bilhões. A Operação Emboabas, realizada no Amazonas, identificou indícios de contrabando de ouro para Europa após a prisão em flagrante de pessoa que transportava 35 kg de ouro, e pretendia entregar a dois norte-americanos, sócios de uma empresa em Nova Iorque.
Movimentações financeiras
A Policia Federal afirmou ainda que essa operação é fruto de uma investigação especial sobre movimentação financeira e bancaria, afim de identificar toda essa cadeia de lavagem de dinheiro de venda e contrabando de ouro.
“Nós estamos falando talvez do maior contrabandista e negociador de ouro que temos no Brasil hoje que foi preso. O objetivo da operação é justamente a descapitalização dessa organização criminosa. Essa operação demonstra o esforço da PF não apenas em realizar repressão ao garimpo ilegal, como a destruição de dragas juntos com o Ibama, mas também descapitalizar o grupo criminoso e chegar aos beneficiários”, enfatizou.
De acordo com a PF, a maior quantidade do ouro ilegal extraído vem acontecendo em terras indígenas e que a organização criminosa tem outros ramos com outras empresas.
Augusto Costa, para O Poder
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