Dois desembargadores do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) discutiram durante sessão do Tribunal Pleno realizada nesta terça-feira, 31, com trocas de acusações e pedidos de respeito. O breve momento foi transmitido pelo canal do Youtube da Corte.
Graça Figueiredo e Jorge Lins tiveram um desentendimento em relação a um dos processos analisados. É que a desembargadora Graça declarou a suspeição como relatora do Recurso Administrativo 0005481-24.2021.8.04.0000 e resolveu perguntar quem era o novo relator. Jorge Lins, que estava explicando o processo antes de ser interrompido, identificou-se.
A desembargadora levantou um questionamento sobre a distribuição de processos no TJAM, uma vez que Jorge Lins já tinha proferido seu voto contrário, no início do julgamento e poderia não ser a pessoa mais competente para ser o novo relator.
Por sua vez, Jorge Lins rebateu. Segundo ele, Graça não poderia estar se manifestando por já ter se declarado impedida. A desembargadora revidou, acusando Lins de tolher a sua palavra. (Veja vídeo ao final da matéria)
Em sua defesa, Jorge Lins disse que não estava impedindo a desembargadora de falar, e ela, por sua vez, afirmou que iria se pronunciar independentemente do posicionamento do desembargador.
“É controvertido o seu posicionamento, a senhora se deu por suspeita”, disse Lins.
“Não sou controvertida. Eu tenho 43 anos de relevantes serviços e nunca manchei a minha toga”, rebateu Graça.
Lins disse que ninguém estava discutindo sobre o profissionalismo da magistrada, mas que o assunto era o atual processo.
“Então não se exalte, porque eu não estou falando exaltada. O senhor me respeite”, pediu Graça.
“Me respeite também, desembargadora. Quem a senhora pensa que é para dizer isso de mim?”, defendeu-se Lins.
A animosidade foi contida pelo desembargador Airton Gentil, que estava presidindo o Tribunal Pleno e o desembargador João Simões pediu vistas do processo em questão.
Priscila Rosas, para Portal O Poder
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