julho 27, 2024 04:36

Especialistas comentam se apoio de caciques da política pode ser determinante nas Eleições

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No tabuleiro do jogo político é comum pensar que o apoio do cacique político pode influenciar nos rumos que uma eleição pode tomar. Mas, será que esse apoio é tão determinante a ponto de ser decisivo num resultado que configura-se como uma soma de fatores que envolvem, além deste apoio, estratégias, trabalho de base, desenvoltura do candidato, recursos e etc? O Portal O Poder conversou com dois cientistas políticos sobre o assunto. 

Influência

Helso Ribeiro ressalta que a influência de um cacique pode contar muito na hora dos votos. Ele parte da premissa do micro para o macro. “Não tenho dúvidas que o ex-presidente Bolsonaro e o presidente Lula conseguiriam botar a mão em ‘alguém’ e eleger esse ‘alguém’ para qualquer uma das 5.600 Câmaras de município que tem no Brasil”, diz. O mesmo pode acontecer aos candidatos à Prefeitura e ao Governo.

Porém, a estratégia muda em colégios eleitorais maiores. “A liderança vai indicar votos e algumas pessoas vão votar. Isso não significa que ela consiga transferir todos os votos que queria. Não existe essa transferência 100% dos votos”, ressalta. Ele exemplifica que Lula (PT) apadrinhou Dilma Rousseff à presidência e conseguiu que ela fosse a Chefe do Executivo maior. Antes, a ex-presidente trabalhava apenas nos bastidores. 

“Eu diria que um cacique político pode ser decisivo em um apoio a candidato. Mas, não necessariamente, o fato de ser cacique vai eleger um prefeito ou governador, por exemplo. Ele dá um empurrão importante, até porque ninguém consegue transferir a totalidade de votos que teve em uma eleição anterior”, explica Helso. 

Aspectos positivos e negativos  

Para Carlos Santiago, a participação efetiva de um cacique político nas eleições tem aspectos positivos e negativos. “O positivo é porque o cacique político geralmente tem uma estrutura forte. Um governador ou um prefeito, por exemplo, pode influenciar de forma decisiva o resultado de um pleito favorável ao seu apoiado, ao seu candidato. Porém, há um aspecto negativo: dependendo da conjuntura política, esse apoio pode ter um efeito inverso. Isso acontece quando a liderança política se envolve com escândalos ou crimes de corrupção. Pode abalar qualquer candidatura que esteja sob sua influência”, explica. 

Ele relembra que esse tipo de ocorrência já aconteceu no Brasil, a prisão do presidente Lula influenciou, de forma negativa, inúmeras lideranças que tinham formado sua imagem devido ao apoio do político. O resultado é que, em 2016, uma boa parcela do PT não conseguiu se eleger.

“É sempre bom ter um apoio forte de lideranças políticas, mas manter uma independência na imagem e na trajetória. Porque em um momento crítico, isso pode ser decisivo na campanha”, aconselha. 

 

Priscila Rosas, para Portal O Poder

Foto: Divulgação

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