Com a ausência de Wilker Barreto (Mobiliza) e Gilberto Lemos (PSTU), que foram impedidos de participar do debate por seus partidos não terem cinco deputados federais, a TV Band Amazonas realizou o primeiro debate nesta quinta-feira, 8, a partir das 21h30 (ao vivo). Foram convidados a participar do debate na TV amazonense, por ordem alfabética, os candidatos: Amom Mandel (Cidadania/PSDB), Cap. Alberto Neto (PL), David Almeida (Avante), que não compareceu, Marcelo Ramos (PT/PCdoB/PV) e Roberto Cidade (União Brasil).
O apresentador do programa, Neto Cavalcante, informou que Wilker Barreto e Gilberto Lemos não participaram do debate, mas terão oportunidades em entrevistas futuras. Ele também divulgou a nota enviada por David Almeida antes de começar o debate, quando foi apresentado um vídeo com as regras da conferência.
Inicialmente, cada candidato teve a oportunidade de explicar por que gostaria de ser o prefeito de Manaus e criticaram a ausência do prefeito David Almeida, que foi chamado de “fujão” pelo candidato Alberto Neto que todas às vezes que pegava o microfone falava na fuga do prefeito que também foi acusado de não respeitar a democracia.
O primeiro a falar sobre por que pode ser prefeito de Manaus foi Marcelo Ramos (PT), que afirmou que toda eleição é uma renovação de esperanças e um ato de amor, e que não participar é um ato de desamor. Lamentou a ausência do prefeito David Almeida e considerou patética a nota enviada por ele.
“Eu fui vereador e deputado, e nessa caminhada adquiri experiência que pode ajudar a fazer em Manaus uma virada de chave. Vejo esses sonhos se frustrando por gestores que não se preocupam com o futuro da cidade, não cuidam dos nossos cidadãos e não garantem segurança”, afirmou.
Depois, Roberto Cidade (União Brasil) foi o segundo a se manifestar e disse que foi vereador, deputado estadual eleito por duas vezes e presidente da ALEAM. “Manaus precisa de um prefeito que cuide das pessoas. Eu quero trabalhar por você, pai e mãe. Está na hora de fazer as mudanças porque eu quero trabalhar. Tenho compromisso de assumir a responsabilidade de melhorar a saúde e funcionar 12 UPAS com médicos, enfermeiros e armar e equipar a Guarda Municipal com mil homens. Vou criar o auxílio municipal permanente para 50 mil famílias”, prometeu.
Alberto Neto disse que daria boa noite ao candidato “fujão”, que deveria estar prestando contas. “Tenho especialização em Direito. “Fui professor e depois na PM, conheci todos os cantos da nossa cidade e as mazelas. Você que precisa utilizar o posto de saúde precisa esperar na fila, chega no posto e não tem remédio. Na creche não tem vaga. Tenho a vice professora Maria do Carmo, que tem experiência em gestão” se apresentou.
Amom Mandel foi o último a se apresentar e afirmou que pode ser prefeito de Manaus porque está preparado para isso e sente a dor de quem paga impostos e não vê isso ser revertido para a cidade. “Dói ver o IPTU aumentado, e por isso tenho compromisso com essa cidade. No primeiro dia de gestão, vamos rever e anular o IPTU que afetou mais de 300 mil famílias na cidade. Compromisso de não usar o Fundo Eleitoral como outros candidatos. Compromisso de abrir a caixa preta dos contratos da Prefeitura de Manaus”, disse.
Debate
Marcelo Ramos durante os debates entre os candidatos, perguntou a Roberto Cidade sobre a saúde, que é responsabilidade do governo do Estado e está um caos.
Roberto Cidade respondeu que tem o compromisso com a operacionalização de 12 UPAs que vão funcionar 24 horas. “O Sisreg é responsabilidade do governo do Estado. Estou pronto para trabalhar para restaurar a saúde de verdade. Manaus deixou de arrecadar R$ 700 milhões do SUS porque não tem UPAs prontas. Manaus precisa de um prefeito que trabalhe de verdade. Estou pronto”, destacou.
Roberto Cidade criticou o candidato Amom Mandel que vai criar o Auxílio Municipal Permanente. “Amom, eu te conheço, você não é um santinho. Quero que você diga que não vai vir recursos. Diga quem vai ajudar a resolver os problemas de Manaus.”, questionou.
Amom respondeu que viu falar de propostas, mas, infelizmente, em geral, quem se apresenta no debate não tem propostas concretas. “Você não entendeu ou não tem nenhuma proposta para a corrupção em Manaus. O que o senhor vai fazer contra a corrupção e o que faz como deputado contra a corrupção. Não dá para prometer para candidatos amigos”, disse.
Alberto Neto questionou Marcelo Ramos sobre o fato de que, segundo o Instituto Nova Escola, oito e dez professores foram acreditados em 2023 e que os brasileiros gastam 20% para controlar a bagunça nas salas de aula. “Essa semana, uma criança de dez anos foi espancada na escola. Qual é a sua proposta para as escolas?”
Marcelo Ramos respondeu que houve três denúncias essa semana apontando a responsabilidade da Prefeitura com a morte e o sequestro de crianças e assaltos que levam os bens dos alunos. “Isso demonstra a falência da segurança desse estado representado por dois candidatos que fingem que brigam. Vou devolver os vigilantes para as escolas, e isso garante a segurança. Escola tem que ser um espaço de encantamento e não de medo. A segurança é um dos deveres principais da Prefeitura e do governo do Estado.”
Alberto Neto respondeu que está preparando o melhor programa para a cidade e que utiliza os recursos de forma correta, e que os impostos são para melhorar a população. “Vamos levar saneamento básico para Manaus, que tem um lixão a céu aberto. Sempre usamos o recurso público para fazer o melhor pela nossa cidade e Estado. Tenho leis para gerar emprego e renda, inclusão das pessoas e fazer o melhor no sistema de saúde.”
Amom, na réplica, disse que parece que as pessoas estão se fazendo de desentendidas e respondendo outra coisa. “Você votou contra o Fundeb e disse nas suas redes sociais que esses recursos deveriam ser utilizados para a saúde e educação. Não entrará na minha campanha um centavo de recurso público, como não entrou na campanha de vereador”, disse.
Alberto Neto questionou que Amom Mandel nunca termina um mandato, primeiro como vereador e agora como deputado. “Amom, não é com declarações que vamos mudar a vida da população. As pessoas têm medo de andar de ônibus”, questionou.
Perguntas dos jornalistas
No terceiro bloco, foi a vez das perguntas dos jornalistas aos candidatos. O primeiro foi Eduardo Galvão, apresentador do Programa Brasil Urgente Amazonas que perguntou sobre a falta de infraestrutura em Manaus no segmento habitacional. “A construção de moradias em lugares irregulares faz com que esses moradores sejam tratados como criminosos por estarem em lugares que não lhes pertencem”, questionou.
Roberto Cidade disse que tem um compromisso com a construção de moradias e pavimentação de ruas e que é essencial cuidar da cidade e dos moradores. “Não adianta construir moradia sem infraestrutura. É preciso criar condições para que o desenvolvimento aconteça. A Prefeitura vai criar moradias e melhorar a infraestrutura com um bom planejamento”, explicou.
Marcelo Ramos disse que a administração de Manaus é a melhor forma de fornecer as condições para a população e garantir a regularização fundiária. “O próximo prefeito vai encontrar um plano habitacional que pode colaborar com os recursos federais. É preciso que a Prefeitura ajude a viabilizar isso e traga propostas concretas para resolver o problema.”
Amom Mandel ressaltou que o maior problema é a questão fundiária, e é preciso resolver as pendências dos terrenos e construir moradias com infraestrutura para quem está na fila há anos. “Temos que trazer condições e projetos para que o setor de habitação funcione de forma integrada e adequada.”
Alberto Neto concordou que a habitação é um problema e prometeu trabalhar na construção de moradias com infraestrutura adequada e possibilitar que as pessoas tenham acesso a moradias dignas.
No final os candidatos fizeram as suas considerações finais e agradeceram a oportunidade da TV Band Amazonas que realizou o primeiro debate dos prefeituráveis que vão disputar o pleito deste ano.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Reprodução