novembro 24, 2024 14:17

Fumaça toma conta de Manaus nessa terça

Manaus continua coberta por uma nova “onda” de fumaça, que tem se intensificado ao longo desta terça-feira, 27. No início da tarde, o fenômeno tomou conta da cidade por completo, resultando em uma qualidade do ar péssima na maioria das zonas da capital, de acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva). A situação também afeta cidades no interior do estado.

Esta é a segunda vez neste ano que a “onda” de fumaça atinge a capital amazonense, que enfrenta uma grave crise ambiental devido às queimadas e à seca crítica que afeta o estado. O problema, que começou na noite de segunda-feira, 26, piorou ao longo da tarde de terça-feira.

Por volta das 21h de segunda, o cheiro da fumaça começou a dominar a área central da capital, e a visibilidade foi comprometida. O fenômeno se intensificou durante a madrugada de terça e se espalhou ao longo do dia.

A Secretaria de Meio Ambiente do Amazonas (Sema) informou que, de acordo com dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), uma frente de massa de ar vinda do sudoeste do Brasil chegou a Manaus entre segunda (26) e terça-feira (27).

Ainda conforme a Sema, essa massa de ar trouxe material particulado das queimadas no sul do Amazonas, em estados vizinhos e, também, de áreas da Bolívia.

Ao g1, o geógrafo e superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, reafirmou que a fumaça é causada por queimadas feitas por pecuaristas.

“A fumaça sobe a partir das queimadas para formação de pasto na pecuária e são deslocadas para as regiões urbanizadas por massas de ar que são um fenômeno normal na climatologia amazônica”, disse Joel.

Conforme o Selva, para ser considerado de boa qualidade, o ar precisa medir entre 0 e 25 μm/m³ (micrómetro por metro cúbico de AR). Pela manhã, segundo o sistema de vigilância, a área mais afetada era o bairro Morro da Liberdade, que registrou os níveis de poluição em 94.6 µg/m³.

Já durante a tarde, por volta das 16h, o Morro chegou a registar 171.6 µg/m³. Já na região da Ponta Negra, o índice chegou em 196.4 µg/m³. Em quase todos os pontos da capital, o nível do ar é considerado péssimo ou muito ruim. Muitas pessoas voltaram a usar máscaras de proteção nas ruas.

No último fim de semana, a “onda” de fumaça se deslocou para outras partes do país, chegando até o Rio Grande do Sul. Brasília ficou completamente coberta pela fumaça, e em Goiânia, alguns voos foram cancelados devido às condições adversas.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que só na segunda-feira, 26, o Amazonas registrou 659 focos de calor. Nas últimas 48h, Apuí registrou 200 queimadas, enquanto Lábrea 131. Os dois municípios fazem parte da lista de dez cidades que mais queimam a Amazônia. Já o consolidado do mês, em todo o estado, é de 7.789.

O Amazonas está em emergência ambiental devido aos focos de calor. Ao todo, são 22 dos 62 municípios do estado nessa situação. Segundo o estado, durante o período de 180 dias está proibida a prática de fogo, com o sem uso de técnicas de queima controlada.

Em julho de 2024, o Amazonas bateu um recorde no número de queimadas, segundo dados do Programa de BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O estado contabilizou 4.241 focos de incêndio durante todo o mês, sendo o maior número desde 1998, quando o órgão começou a monitorar as queimadas na Amazônia.

O cenário atual é semelhante ao do ano anterior, quando o Amazonas registrou mais de 20 mil queimadas ambientais.

Enfrentamento das queimadas

O Corpo de Bombeiros informou que está atuando desde junho no sul do Estado, por meio da Operação Aceiro. De acordo com a Sema, entre 3 de junho e 9 de agosto, as equipes combateram mais de 5 mil focos de incêndios.

Além disso, o governo do estado informou que o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) também têm trabalhado no combate às queimadas na região.

Da Redação, com informações g1 Amazonas

Foto: Reprodução

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