A Refinaria da Amazônia (Ream), do Grupo Atem, prevê reabrir o parque de produção de petróleo refinado até junho deste ano, após mais de dez meses atendendo a demanda da região Norte com importação de combustíveis. Segundo a empresa, a paralisação foi necessária para realizar um trabalho de modernização que deve ajudar a reduzir custos, inclusive para os consumidores.
“Hoje atendemos todo o Estado, uma parte pela importação e outra ainda pelo Campo de Urucu. Nós estamos fazendo um processo de modernização nas linhas de produção da refinaria e brevemente estaremos reabrindo o parque de produção de petróleos [refinados]”, disse à reportagem o diretor de relações institucionais do Grupo Atem, Antônio Sampaio.
Segundo ele, o investimento deve refletir diretamente na redução dos custos, já que se pretende aumentar a produção. Atualmente a Ream tem capacidade de processamento de 7,3 milhões de litros de petróleo por dia, ou, 46 mil barris por dia.
“Eu acredito que a medida em que nós tenhamos maior produção, consequentemente, se há maior produção, o preço tende a cair. Seria por esse caminho que a população pode se beneficiar com a maior produção”, pontuou.
De acordo com Antônio Sampaio, a expectativa é que a produção seja retomada ainda neste semestre, ou seja, até junho. Atualmente, a Ream acumula mais de dez meses com o parque desta forma.
Em janeiro, o CEO do Grupo Atem, Fernando Aguiar, afirmou ao Estadão que a capacidade de produção continuará a mesma, mas as instalações de tancagem e as torres de processamento do petróleo estão passando por uma “reforma profunda”, disse.
Denuncia de sindicato
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo e Derivados do Amazonas (Sindipetro), já havia denunciado que a produção tinha parado e entrou com uma ação civil pública contra o grupo Atem, que controla a Refinaria da Amazônia (Real), por não ter divulgado informações obrigatórias sobre a produção de combustíveis. A Agenda Nacional do Petróleo (ANP) também abriu autos de infração sobre o caso que ainda está em curso.
A companhia enviou com atraso à agência informações referentes aos meses de junho e dezembro de 2023 e ainda não entregou os dados de janeiro a março de 2024.
O Sindicato afirma ainda que existem dúvidas sobre o refino na unidade, além de levar incertezas sobre o fornecimento local e a riscos de desabastecimento. Na época da denúncia, o proprietário da refinaria não confirmou se a produção de combustível estava paralisado o refino, mas agora dez meses depois ele praticamente está confessando que não estava refinando, mas importando o petróleo.
Augusto Costa, Para O Portal O Poder
Ilustração: Neto Ribeiro