O Ministério Público de São Paulo apresentou denúncia contra Juliana Maria Teixeira da Costa (PSD), vice-prefeita e secretária de Saúde de Ribeira (SP), por pagar seu “casamento espiritual” com dinheiro público, entre outras irregularidades. A denúncia foi aceita nesta semana pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
O que aconteceu
A cerimônia foi celebrada em 21 de agosto do ano passado por mentora espiritual. Na ocasião, a mulher — conhecida como “Mentora Samantha” — realizou a união entre Juliana e Lauro Olegário da Silva Filho, coordenador municipal de Saúde de Ribeira, de acordo com o Ministério Público.
O casamento custou R$ 41,2 mil aos cofres públicos, diz a denúncia. Os promotores afirmam que o pagamento dizia respeito a uma nota fiscal emitida pela empresa W. F. da Silva Treinamentos às 8h12 do dia da cerimônia. O pagamento foi autorizado por Juliana 12 minutos depois e realizado às 8h24. Três minutos depois, o mesmo valor foi repassado pela empresa de treinamentos à conta de Samantha.
Todo o processo transcorreu em apenas 15 minutos, contrariando a sistemática usual de pagamentos que levava até 20 dias”, disse o Ministério Público, na denúncia sobre o caso.
“Mentora” afirmou em depoimento que não sabia que casamento foi pago com dinheiro público. Ao descobrir a situação, Samantha diz que passou a ser ameaçada para não revelar o caso, segundo relatou também em suas redes sociais.
A denúncia acusou envolvidos no esquema de cometerem cinco crimes diferentes. São eles: associação criminosa, frustração do caráter competitivo de licitação, uso de documento falso, falsidade ideológica e peculato.
A empresa que recebeu pagamento pertence a correligionário político de Juliana, segundo o Ministério Público. Na denúncia, Willian Felipe da Silva é identificado como responsável pela W. F. da Silva Treinamentos. Há indícios de que a empresa foi favorecida em leilões para fechar contratos com a prefeitura.
Justiça acatou pedidos do Ministério Público. Na última sexta, 1º, a execução de todos os contratos da Prefeitura de Ribeira com a W. F. da Silva Treinamentos foi suspensa. O órgão também ficou impedido de assinar novos acordos com a firma. Agora, Juliana, Lauro e Willian têm 10 dias para apresentarem suas defesas.
Além de pedidos, tribunal também determinou medidas cautelares. Elas incluíram o afastamento de Juliana e Lauro dos cargos que ocupavam, bem como a proibição de que ambos acessem a sede da prefeitura e mantenham contato com as testemunhas já citadas pelo Ministério Público.
Desde o último domingo, 3, o UOL tenta falar com Juliana, Lauro, Samantha e Willian. Nenhum dos quatro retornou às tentativas de contato feitas pela reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
Da Redação com informações de UOL
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