O Grupo Atem, responsável pela administração da Refinaria da Amazônia (Ream), garantiu, na Reforma Tributária, a manutenção de incentivos fiscais para preservar sua competitividade em relação ao restante do país. No entanto, apesar da isenção concedida, com impactos fiscais estimados em R$ 3,5 bilhões por ano, os amazonenses não percebem esse benefício refletido no preço dos combustíveis. Isso porque a gasolina no Estado é a segunda mais cara do Brasil, ficando atrás apenas do Acre.
A Câmara Municipal de Manaus (CMM) questionou o valor repassado ao consumidor pelo Grupo Atem, considerando que, na teoria, os incentivos fiscais deveriam resultar na redução do preço da gasolina no Estado.
O vereador Rodrigo Guedes (Podemos) destacou que o benefício concedido à Ream, administrada diretamente pelo Grupo Atem, favorece a própria empresa, mas não gerou impacto positivo no bolso dos consumidores. O parlamentar comparou o preço da gasolina em Belém, onde o litro custa R$ 5,95, mesmo sem a presença de uma refinaria, enquanto no Amazonas o valor se aproxima de R$ 8.
“Se justifica essa isenção? O Grupo Atem construiu um império aqui, tanto que comprou a refinaria por R$ 1 bilhão e hoje domina as três pontas desse setor: produção, distribuição e comercialização de gasolina. O Grupo Atem, a partir do momento em que assumiu, elevou substancialmente os preços, e nós precisamos da ação dos nossos representantes da bancada federal para que tenhamos uma resposta para a população em relação a esse preço totalmente inaceitável praticado nos combustíveis aqui na nossa cidade”, pontuou.
De acordo com o levantamento do Panorama Veloe, desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em fevereiro de 2025, o preço médio da gasolina no Acre era de R$ 7,68 por litro, enquanto no Amazonas chegava a R$ 7,27, uma diferença de apenas R$ 0,41 para média de preços praticados.
Thaise Rocha, para o Portal O Poder
Ilustração: Bernardo Andrade