O vereador do município de Itacoatiara, Jucinei Freire da Silva, conhecido como Ney Nobre, foi condenado a 10 anos e 4 meses no regime fechado por fraudes em financiamento rural do Banco da Amazônia (BASA), por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Segundo a Justiça Federal do Amazonas, Ney era mentor e principal beneficiário de um esquema que utilizava nomes laranjas para simular o cultivo de abacaxi em propriedades inexistentes no município.
O BASA liberou o equivalente a R$ 374 mil em oito contratos fraudados. O dinheiro foi desviado pelo vereador por meio de saques em espécie e transferências bancárias. Segundo testemunhas, o parlamentar as orientava a comparecer ao banco, no qual assinavam documentos sem saber do conteúdo e repassavam quase todo o valor obtido para Ney.
O juiz destacou que os financiamentos causaram “severo prejuízo à instituição bancária” e classificou a conduta do réu como de “alta reprovabilidade”, por ter se aproveitado da confiança de trabalhadores rurais para executar as fraudes.
Além da pena de prisão, Ney Nobre foi condenado ao pagamento de 153 dias-multa e à restituição integral de R$ 374.289,60 ao BASA. A sentença também determina que, após o trânsito em julgado, o caso seja comunicado ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), o que pode levar à suspensão dos direitos políticos do vereador.
A decisão foi assinada no dia 2 de outubro de 2025 pelo juiz federal Thadeu José Piragibe Afonso, da 2ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Amazonas. Apesar da condenação, o parlamentar poderá recorrer em liberdade.
Com informações de G1 AM