novembro 25, 2024 09:48

Atraso para transferência já causou ao menos 14 mortes por Covid no interior do AM em janeiro, aponta levantamento

A demora para transferência de pacientes do interior do Amazonas para a capital já causou pelo menos, 14 mortes por Covid neste mês de janeiro.  O levantamento é da Defensoria Pública da região do Médio Solimões, que abrange sete municípios.

 

A crise por falta de oxigênio em unidades de saúde também chegou ao interior. Ao menos 30 pessoas com Covid-19 e síndromes respiratórias morreram no interior entre 15 e 19 de janeiro,  30 pessoas com Covid-19 e síndromes respiratórias morreram no interior por falta de oxigênio ou remoção, de acordo com defensores públicos.

 

O Amazonas já transferiu mais de 300 pacientes com Covid para tratamento em outros estados, porque o sistema de saúde local entrou em colapso após um novo surto da doença. Até este sábado, 30,mais de 8 mil pessoas morreram  no estado com Covid.

 

No interior, os municípios não possuem leitos de UTI. Segundo a defensoria do núcleo do Médio Solimões, Márcia Milene, os 14 pacientes que morreram estavam no sistema de regulação do Estado, ou seja, na fila para serem transferidos.  

 

“A nossa realidade é agir judicialmente, então a Defensoria tem tentado constantemente agir com pedidos judiciais, inclusive porque a realidade dentro do hospital, ela se modifica muito rápido. Ela tá sempre andando, ela tá se tornando mais grave com muita velocidade”, disse.

 

Suzana Moraes, filha do paciente Francisco Pontes, de 76 anos, conta que o pai foi diagnosticado com Covid e está entubado no Hospital Regional de Tefé. Há quatro dias, ele espera por um leito de UTI em Manaus.

 

“Todo dia eles falam que vão remover e não removem. Hoje ela ligou, deu uma boa expectativa pra nós, nós viemos, trouxemos malas, quando chega aqui ela diz que não tem oxigênio na aeronave e manda a gente voltar amanhã ainda pra ver se vão remover ele”, denunciou.

 

Até este sábado, mais de 600 pessoas estavam na fila de espera por um leito na rede hospitalar do Amazonas. O crescimento foi de 56% em duas semanas. Mais de 2,1 Mais de 2,1 mil pessoas encontravam-se internadas.

 

Nova variante preocupa

 O pesquisador Felipe Naveca, da Fiocruz Amazônia, informou que a nova variante do coronavírus encontrada no País é a dominante no Amazonas. O ritmo mais rápido de contaminação preocupa.

 

“Identificamos a P.1 [como a variante é chamada] em 51% dos genomas sequenciados em dezembro e 91% daqueles sequenciados em janeiro. Isso não só de Manaus, mas também de outros municípios do Amazonas”, disse.

 

Naveca diz que os pesquisadores acreditam que a nova variante é uma das responsáveis pelo aumento dos casos no estado,  mas não é a única, uma vez que houve uma queda grande do distanciamento social, principalmente no final do ano.

 

Caos por falta de oxigênio

 

Nos dias 14 e 15 deste mês, Manaus viveu tristes cenas de caos na Saúde  por conta de falta de oxigênio nos hospitais. O governo informou que a média de 30 m³ subiu para 70³ em poucos dias, e ultrapassou a capacidade de fornecimento da empresa contratada.

 

O governo afirmou que, entre o fim de outubro e início de novembro, ampliou em 155% o número de leitos exclusivos para pacientes com Covid. Porém, a quantidade de novos casos foi tão alta que nem essa ampliação conseguiu atender os doentes.

 

O mês de janeiro deste ano já tem o maior número  de novas internações por Covid desde o começo da pandemia. Até então, abril e maio registravam os recordes da doença, quando o estado passou pela primeira onda.

 

Conteúdo: G1 Amazonas

 

Foto: Divulgação

 

 

 

 

 

 

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