novembro 21, 2024 17:50

Paralisação das obras da BR-319 é tema de debate na CMM

A paralisação das obras da rodovia BR-319 repercutiu no Grande Expediente desta terça-feira, 2, da Câmara Municipal de Manaus (CMM). Um dos responsáveis por trazer o assunto para o plenário Adriano Jorge foi o vereador Peixoto (PTC).

“Na semana passada, o vereador Wallace Oliveira (Pros) falou sobre o ‘trecho do meio’. Ele está tão no meio que parece que essa história não tem fim. Quem não se lembra do dia 23 de janeiro, quando houve o atraso de 100 mil metros cúbicos de oxigênio por conta do atoleiro nesse trecho? Foram 48 horas de atraso para chegar oxigênio em Manaus”, relatou o parlamentar.

O vereador comentou que a decisão prejudica os amazonenses. “Eu ‘faço coro’ com a bancada federal sobre essa decisão que é contra o povo do estado do Amazonas, que tanto sofre, que tanto padece, e que cada vez mais é colocado em isolamento por falta de sensibilidade. A própria Justiça Federal do Amazonas já reconheceu o licenciamento dessa obra”, falou Peixoto.

Um aparte foi concedido ao vereador Marcel Alexandre (Podemos), que comentou que existe uma “mão invisível” para dificultar as coisas para a região Norte, especificamente, para o estado do Amazonas. “Existe toda uma fantasia de política ambiental, que sabemos ter por trás os interesses de grandes corporações que dificultam a nossa caminhada”, comentou o vereador também citando a importância de Manaus e as dificuldades que a capital enfrenta com a logística.

“Uma decisão dessa continua nos tornando uma cidade com ambiente desejável no melhor cenário do mundo, o da Floresta Amazônica. Mas vivemos essa realidade de interesses desconhecidos e motivos absurdos”, concluiu Marcel Alexandre.

Peixoto continuou seu discurso sobre o tema indagando sobre os possíveis interesses em relação a BR-319. “A quem interessa a não continuação desta obra? Esta rodovia existe desde a década de 1970 e, por falta de manutenção, ela está no estado em que se encontra. Precisamos sair desse trecho do meio para que tenhamos uma solução final para esse problema”, concluiu.

Crises

Outro parlamentar que também discursou sobre o assunto foi o vereador Eduardo Alfaia (PMN).  “Essa estrada existe há mais de 40 anos. A repavimentação da BR-319 não é mais sobre a economia, mas sobre a saúde pública. Nós pudemos constatar isso durante a crise enfrentada na saúde”, disse o parlamentar também relembrando da falta de oxigênio que o Amazonas registrou em janeiro.

“Nós vimos o oxigênio da Venezuela, um outro país, chegar mais rápido. É inaceitável a política de segregação que estamos passando. Faço um apelo à sociedade civil, à classe política, à indústria e ao comércio para nós não nos curvarmos e aceitarmos essa imposição”, pediu o vereador.

No aparte desse discurso, o vereador Kennedy Marques (PMN) contou sobre o tempo em que trabalhava com navegação pelo rio Madeira. “Trabalhei por 21 anos. Eu sempre fui a favor da recuperação da BR-319. A paralisação das obras é politicagem. É muito mais fácil se fiscalizar a agressão ao meio ambiente se tiver uma pista trafegável do que no estado em que a estrada se encontra atualmente”, pontuou Marques.

Entenda o caso

A Justiça Federal suspendeu as obras para reconstruir o Lote C da BR-319, rodovia que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO) nesta segunda-feira, 1º. De acordo com o juiz Rafael Paulo Soares Pinto, do Tribunal Regional Federal da1ª Região (TRF1), o processo licitatório foi feito sem licenciamento ambiental prévio.

O lote C (ou lote Charlie) compreende 52 quilômetros da rodovia, localizados entre os quilômetros 198 e 250. O investimento, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), é de quase R$ 166 milhões.

 

Priscila Rosas, para o Poder

Foto: Reprodução

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