O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse neste sábado, 12, que acredita que o pedido do presidente Jair Bolsonaro ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para que o uso de máscaras deixe de ser obrigatório para quem já se vacinou foi uma espécie de retaliação.
“O ministro foi à CPI e não pôde defender certos absurdos. A minha visão é que as atitudes do presidente, chamando-o de modo depreciativo, [como quando disse] ‘esse tal Queiroga’, e essa encomenda impossível de ser atendida, eu acredito que infelizmente foi uma retaliação do presidente da República contra o seu ministro”, opinou o governador.
Em entrevista à CNN Brasil, Dino lembrou que Queiroga sempre foi um defensor do uso das máscaras de proteção e disse que acredita que nenhum médico do Brasil assinaria a liberação de uso de máscara neste momento.
“O Bolsonaro não consegue conviver com qualquer pessoa que minimamente discorde dele”, afirmou Flávio Dino. Ele também avaliou que a postura do presidente é “muito negativa nesse momento tão delicado que o Brasil atravessa”.
Ontem, Bolsonaro disse em evento em Brasília que havia pedido ao ministro da Saúde para fazer um parecer que desobrigue o uso de máscara para pessoas que já tenham sido vacinadas ou que já tenham contraído o coronavírus. Mais tarde, o próprio ministro não negou a proposta, mas afirmou que ela estava em estudo e que a vacinação precisa avançar.
Especialistas criticaram a medida, que consideraram “absurda”, e afirmaram que ela vai contribuir para a disseminação do vírus pelo país. Médicos lembraram que quem já pegou covid-19 pode ainda assim se reinfectar.
Conteúdo: UOL
Foto: Acervo O Poder