Em discurso no pequeno expediente da Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta segunda-feira, 2, o vereador Allan Campêlo (PSC) sugeriu que a morte do ciclista Paulo Alves, no último sábado, 31, causada por atropelamento, pode ser atribuída ao ex-prefeito Arthur Neto (PSDB). O acidente aconteceu no dia 13 de julho, na avenida Brasil, Zona Oeste de Manaus.
De acordo com o vereador, o acidente do ciclista aconteceu na rua em que Arthur prometeu fazer uma ciclovia, que começaria no Boulevard e terminaria na Ponta Negra. “Ele destruiu o Boulevard e ela nem chegou na Ponta Negra. Eu não posso dizer, mas se essa ciclovia não tivesse ficado no papel – como a maioria das coisas que o ex-prefeito prometeu e não cumpriu – esse ciclista ainda estaria vivo”, criticou o parlamentar.
A pauta de discussão também voltou a ser atrito entre o vereador Rodrigo Guedes (PSC) e o setor de transporte púbico de Manaus. O parlamentar direcionou críticas ao serviço, por consequências de um atropelamento causado por um ônibus da empresa Expresso Coroado.
“É o 34º ciclista morto nos últimos anos em Manas. São famílias destruídas por causa do nosso trânsito, que mata. Até quando vai durar essa invisibilidade dos ciclistas aqui em Manaus? Eu estou falando de óbitos, sem contar acidentes”, frisou Guedes. “Absolutamente nada é feito. Ainda não houve uma ação efetiva de proteção, garantia dos direitos dos ciclistas e nem de discussão para avançarmos nessa pauta”, criticou o vereador.
O parlamentar também falou que qualquer discussão feita sobre o assunto até o momento foi para “enxugar gelo” e que Manaus, de acordo com Rodrigo Guedes, é a capital que mais exclui os ciclistas. O vereador é proponente da “Frente Parlamentar da Bicicleta e da Proteção e Defesa dos Direitos e Interesses dos Ciclistas” da Casa Legislativa.
Outro vereador a falar sobre o acidente foi Peixoto (PTC). Para o parlamentar, o acidente deve ser caracterizado como “sinistro de trânsito” pois era algo evitável. Segundo o vereador, foram quatro óbitos de ciclistas na capital amazonense e 18 “sinistros de trânsito” somente em 2021. Na somatória dos últimos anos, chega-se a 34 mortes de ciclistas.
“Precisamos ter mais consciência no trânsito. Todos têm direito de trafegar. A rua é pública e pertence a todos. O maior protege o menor. Quem tem preferência no trânsito é o pedestre e, depois, o ciclista”, apelou Peixoto.
Entenda o caso
O ciclista Saulo Alves Ferreira, 33, foi atropelado por um ônibus da empresa de transporte público Expresso Coroado na avenida Brasil, Zona Oeste de Manaus, no dia 13 de julho. Ele estava internado na UTI do Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, onde passou por procedimentos cirúrgicos mas morreu 18 dias depois do atropelamento.
Priscila Rosas, para O Poder
Foto: Robervaldo Rocha
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins