Os constantes aumentos no preço dos combustíveis e as acusações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) feitas aos governadores por não baixarem a alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis – que no Amazonas é de 25% – foi criticada nesta terça-feira, 24, durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
O deputado Serafim Corrêa (PSB) chamou a atenção do presidente que, recentemente, esteve em Manaus para inaugurar o conjunto Manauara 2 e, durante a solenidade, culpou os governadores por causa da alíquota do ICMS.
“O presidente Bolsonaro esteve em Manaus e deu um ‘xaveco’ dizendo que a culpa é dos governadores. Mas, o ICMS dos combustíveis é o mesmo há 24 anos. Essa alíquota foi criada pelo então governador Amazonino Mendes, em 1997. Passou pelo governo Eduardo Braga, Omar Aziz, José Melo, David Almeida, Amazonino de novo e agora pelo atual governador Wilson Lima. Nesses outros mandatos o ICMS não influenciava? Claro que não influenciava porque o resultado do custo final parte de uma base e o que está por trás disso tudo é algo que os economistas, operadores de mercado, grandes empresários e políticos denominaram de ‘custo Bolsonaro’”, explicou.
Serafim relembrou que no Amazonas a alíquota do ICMS de 25% é a menor do país e que no Rio de Janeiro, terra do Bolsonaro, os 34% poderiam baixar para 25%, o que diminuiria o preço do combustível. “A base de tudo é o preço da Petrobras e aí vem o ‘X’ da questão, o custo Bolsonaro cobra fatura em dólar, inflação e juros altos. Quando o presidente de um país gera instabilidade, isso se conecta com a economia diretamente e aí não tem jeito, o dólar sobe. Pois, na insegurança, o mercado corre para o dólar e a inflação volta, os juros aumentam e realimentam a inflação e a miséria”, alfinetou.
Ataques ao STF
Na avaliação do deputado, o presidente tem falado “bobagens” ao atacar o Supremo Tribunal Federal (STF), o sistema eleitoral, agredir membros do Congresso e representar contra ministro ele gera instabilidade.
“Está na hora do presidente Bolsonaro ‘baixar a bola’. Nessa pisada, ele vai perder a eleição mais feio que imagina, talvez fique de fora do segundo turno essa é a realidade. Por esse caminho, vai dar errado para ele, vai dar muito mais errado para o povo brasileiro, para os 15 milhões de desempregados e para o povo que está pagando a gasolina a quase R$ 6 e pagando o gás mais de R$ 100. Essa é a minha manifestação de repúdio. Dessa postura equivocada do presidente da República”, ressaltou.
Augusto Costa, para O Poder
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Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins