A CPI da Amazonas Energia, da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), realizou oitiva nesta quarta-feira, 3, com o presidente da Associação Amazonense dos Municípios (AAM), prefeito de Manaquiri, Jair Aguiar Souto. Durante depoimento, o gestor apresentou estudo técnico de pesquisa realizada nos 61 municípios do interior com 144 pessoas sobre os serviços prestados pela concessionária e o grau de insatisfação.
De acordo com os dados, 59,2 % dos entrevistados confirmaram a ocorrência de racionamento no interior. “Foi feita pesquisa por questionário no interior do Amazonas para captar a qualidade dos serviços de energia. O instrumento era composto por dez perguntas entre objetivas e subjetivas, para captar a opinião dos entrevistados. Em relação ao racionamento, 59,2% dos entrevistados responderam que a pratica ocorre de forma frequente”, afirmou.
Sobre a realização de cobranças indevidas ou abusivas na tarifa de energia, o presidente da AAM afirmou que 72,1% que confirmaram a ocorrência. “Quando foram perguntados sobre a manutenção e ampliação da rede elétrica, 52,4% afirmaram que raramente ocorre. No que tange a qualidade dos serviços prestados nas áreas urbanas e rural, foi registrado o maior grau de insatisfação na área rural com 69,4% negativo os serviços e na área urbana chega a 56,4%. Ainda referente ao relacionamento com o consumidor envolvido em aspectos legais do cumprimento das leis nº 5.145 e 5.412, que veda o aumento de preço sem justa causa e a interrupção dos serviços pela falta de pagamento no período da pandemia, 29,3% dos entrevistados responderam que concordam com o cumprimento das leis”, alfinetou.
Ao fim do relatório, Jair Souto afirmou que o universo da pesquisa foi feito com prefeitos, secretários municipais, vereadores, professores, comerciantes e donas de casas. “Às vezes, o consumidor paga mais caro para se deslocar da zona rural para fazer o pagamento da energia que o preço do consumo, que sai mais caro que a conta de luz”, ressaltou.
O presidente da CPI da Amazonas Energia, Sinésio Campos (PT) solicitou que Jair Souto envie, no prazo de 15 dias, todas as informações, denúncias e reclamações que a AAM tem sobre a concessionária.
Sinésio ainda questionou o fato que a AAM representa os prefeitos do interior e perguntou a Jair Souto quais as medidas jurídicas que o órgão havia tomado em defesa das prefeituras. O presidente da AAM justificou que, em relação à energia, não teve ainda nenhuma ação judicial sobre o tema. “Não houve ainda por parte dos prefeitos para pautarmos sobre racionamento”, ressaltou.
Nesta quinta-feira,4, os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) voltam a se reunir para ouvir denúncias de consumidores lesados pela empresa com casos de cortes abusivos. “Amanhã serão ouvidos na CPI da Amazonas Energia os casos de cidadãos que foram lesados pela concessionária. Vamos ter dois consumidores aqui e o vereador Luís Carlos ‘Velho’, do município de Iranduba”, anunciou.
Augusto Costa, para O Poder
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Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins