Nessa quinta-feira, 23, a Associação Amazonense do Ministério Público (AAMP) emitiu uma nota de repúdio contra o apresentador do programa Manhã de Notícias, Ronaldo Tiradentes, transmitido pela Rede Tiradentes. O jornalista acusou o promotor de Justiça, Rafael Del Castillo, de usar a sua influência para conseguir um emprego para a esposa, a médica Débora de Mello Cardoso, na cidade de Coari e que os funcionários públicos estão subordinados ao ex-prefeito Adail Pinheiro.
Além disso, ele disse que a cidade não tem concurso público há anos. Ronaldo Tiradentes faz parte do grupo que perdeu as eleições suplementares do município em 5 de dezembro. A AAMP negou as acusações.
“Os comentários do apresentador são inverdades propaladas sem nenhum princípio ético e tão pouco jornalístico, calçadas em fonte de duvidosa credibilidade, com o objetivo de atacar a seriedade e a idoneidade do trabalho do Ministério Público do Amazonas em Coari, e, por isso, merecem ser repudiados veementemente”, diz a nota.
A entidade representativa de classe, que congrega Promotores e Procuradores de Justiça, explicou que a esposa do promotor de justiça Rafael Del Castillo foi selecionada pelo programa do Governo Federal Mais Médicos- Covid e não pela Prefeitura de Coari, como veiculado na matéria. Débora de Mello Cardoso foi integrada ao programa em janeiro de 2021 e permaneceu até julho para atender àqueles que necessitavam de atendimento médico no interior no momento mais crítico da pandemia. O resultado está aqui.
“A propagação de fatos falsos, não checados e devidamente apurados implica na ofensa da honra de pessoas e de servidores públicos honestos e dedicados, que trabalham pelo bem de toda a sociedade. O comentário do apresentador revela manifestação de juízo de valor que distorce a verdade e falseia a realidade, incompatível com o que se espera de um veículo sério de comunicação”, conta outra parte da nota de esclarecimento. Para eles, o jornal não checa “a veracidade das notícias que apresenta” e que faz uso de Fake News.
A nota da AAMP também defendeu a atuação do promotor de Justiça. “Ele sempre foi firme e conforme os mandamentos constitucionais, prova inconteste disso é que o mandado de segurança elogiado pelo apresentador na operação Patrinus foi impetrado pelo Dr. Rafael Del Castillo”, diz.
Para eles, Tiradentes também foi misógino e preconceituoso. “Haja vista que insinua que caberia ao marido autorizar a esposa exercer ou não sua profissão, mesmo tendo sido legal e constitucionalmente selecionada pelo Governo Federal, no Programa Mais Médicos, a partir de sua capacidade técnica e profissional. E isso é digno de absoluto repúdio”, ressaltou a entidade.
“Todas as notícias de irregularidades praticadas por agentes políticos de Coari, inclusive as atinentes a concursos públicos, são investigadas em absoluta consonância com as normas e regras regulamentares que pautam a atuação extrajudicial do Ministério Público, inexistindo um único procedimento apuratório que não receba o devido e adequado andamento oficial”, informou a AAMP.
A Associação Amazonense do Ministério Público afirmou que “adotará as medidas administrativas e judiciais necessárias para defender os direitos e prerrogativas dos seus associados e associadas, fundamentais para o pleno exercício dos seus desideratos constitucionais, além da busca pela reparação dos danos à imagem e moral daqueles atacados por meio de notícias falsas”.
Confira a nota aqui.
Priscila Rosas, para O Poder, com informações da assessoria de imprensa
Foto: Divulgação
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins