Nesta segunda-feira, 21, o vereador Amom Mandel (sem partido) denunciou na tribuna da Câmara Municipal de Manaus (CMM) que os assessores de Joelson Silva (Patriota), Dione Carvalho (Patriota) e Sassá da Construção Civil (PT) estariam divulgando Fake News ao seu respeito. Dos parlamentares citados, apenas Silva estava presente no plenário.
De acordo com Mandel, as pessoas vinculadas aos vereadores poderiam ser assessores ou líderes comunitários e teriam divulgado um vídeo colocando em dúvida o posicionamento de Mandel sobre o não uso do cotão.
“Fake News é crime. Já foi dito aqui pelos próprios vereadores que esse tipo de coisa não é admitido neste Parlamento. Eu espero que esses assessores não estejam sendo instruídos para tal e peço que Vossas Excelências solucionem esse problema”, pediu Mandel. “Os colegas falaram, na semana passada, que cada um vota segundo a sua consciência. É verdade, eu não tenho culpa do voto de cada um aqui a respeito do cotão. Com todo o respeito do mundo, Vossas Excelências precisam instruir melhor vossos assessores. Porque eles falaram que todos estão ‘no mesmo barco’ e que todo mundo é ‘bandido’. Eu não acho que isso seja um comportamento adequado para um assessor parlamentar comissionado nesta Casa”, pontuou o Amom Mandel.
O vereador também disse que não usa e nem usará a verba e que continua em seu posicionamento de ser contra o Cotão. Ele pediu que a sua opinião seja respeitada.
“Eu nunca usei essa verba. Tenho o mesmo salário que todos aqui, pago do meu bolso e dou recibo para quem quiser. Ser contra não significa jogar alguém contra esta Casa, como já foi dito. Ninguém joga o povo contra o Parlamento. O Parlamento, às vezes, está do lado contrário do povo. Aí, eu não tenho culpa nenhuma”, frisou Mandel.
Conforme o parlamentar, o número que disparou as Fake News é estrangeiro e isso pode ser caso para o Ministério Público e demais órgãos fiscalizadores por configurar, até mesmo, crime eleitoral, visto que estamos em ano de eleição. Amom Mandel chegou a mostrar o print com o número estrangeiro no plenário e disse que, se fosse utilizado dinheiro para isso, pode ser caso de Polícia Federal.
“Muito cuidado a você que nos assiste porque difundir informações falsas é crime. Não adianta, todo mundo sabe o meu posicionamento, cada um dialoga com seu eleitorado, cada um mantém o seu mandato da forma desejada. Disparar informações falsas com números estrangeiros é a coisa mais vil que se pode fazer e, com todo respeito, não é postura para um parlamentar”, disse.
Amom Mandel divulgou o nome de cada assessor em seu discurso. O vereador também pediu que a situação seja apurada pela Comissão de Ética e pela Coordenadoria Parlamentar da Casa Legislativa.
Joelson Silva, um dos vereadores citados por Mandel, disse que pediu as informações necessárias do parlamentar e que, caso seja confirmado o envolvimento de seu assessor no disparo das Fake News, o responsável será demitido imediatamente.
“Não temos controle de todos os assessores. Isso é uma realidade. Sempre pautei com muito respeito a todos. Eu não trabalho criticando ninguém. Evidentemente, o vereador Amom poderia ter falado pessoalmente”, disse.
O vice-presidente da Casa Legislativa, Wallace Oliveira (Pros), disse que se reúne com sua equipe e os orienta para não ir para o embate com ninguém. O vereador Capitão Carpê Andrade (Republicanos) disse que foi atacado em uma rede social por um assessor legislativo vinculado a um dos vereadores, mas não divulgou o nome. Por sua vez, Rodrigo Guedes (PSC) disse que também já teve seu nome envolvido em disparos de Fake News por números estrangeiros no ano passado.
Priscila Rosas, para O Poder
Foto: Robervaldo Rocha/CMM
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins