A decisão de deixar o Polo Industrial de Manaus (PIM), anunciada pela empresa Sony, prevista para março de 2021, repercutiu nesta terça-feira, 15, entre parlamentares do Amazonas. Em Brasília, o deputado federal e candidato a prefeito de Manaus, José Ricardo (PT), lamentou a saída da multinacional que, segundo ele, deve aumentar o desemprego na capital amazonense.
“É lamentável essa decisão, pois é mais uma empresa que sai aqui no nosso Estado e da nossa cidade. Sabemos que é no PIM que se sustenta a economia do nosso Estado e a arrecadação pública. Portanto, toda vez que uma empresa fecha as portas também aumenta o desemprego. E, com isso, diminui a arrecadação pública também”, afirmou.
José Ricardo ainda criticou o governo federal que segundo ele, ameaça constantemente a Zona Franca de Manaus, com a retirada de incentivos fiscais que e é um dos responsáveis pela saída de mais uma empresa daqui da cidade.
“Temos que lutar para fortalecer a ZFM e atrair mais empresas e não aceitar um governo que é contra a economia do Estado do Amazonas”, disse.
Desemprego
O deputado Adjuto Afonso (PDT) foi o primeiro a usar a tribuna na sessão híbrida desta terça-feira, durante o pequeno expediente, para lamentar a saída da Sony do Brasil. Ele sugeriu que a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) converse com os representantes da empresa japonesa para tentar mudar o quadro e que eles permaneçam no Amazonas.
“Quero falar de um assunto importante: a Sony anunciando que vai fechar a fábrica em Manaus em março de 2021. Hoje a Sony tem mais de 200 empregos diretos e mais de 48 anos de história no Brasil. Isso é muito preocupante temos que rever isso e conversar com a Fieam e talvez a Sony possa ainda rever essa decisão. Quem não conhece ou já não teve ou tem um aparelho fabricado pela Sony? Ela está aqui desde o início da Zona Franca de Manaus e esses empregos direitos além dos indiretos e empresas que processam materiais de insumo para a Sony. Fico muito preocupado com tudo isso”, afirmou.
Instabilidade do Brasil
Na esteira do colega, o deputado Serafim Corrêa (PSB) também afirmou que a decisão da Sony em deixar o PIM é reflexo da instabilidade que o Brasil tem gerado em suas relações internacionais.
“A Sony não está decidindo sair do Amazonas, e, sim, decidindo sair do Brasil. Isso se deve um pouco, e nós devemos fazer nossa mea culpa, à instabilidade que o Brasil tem gerado em suas relações internacionais. Espero que haja uma reflexão. Essa instabilidade faz muito mal. O custo Brasil cada vez aumenta mais. E, no nosso caso específico, além do custo Brasil, temos o custo Amazonas. Aqui, tudo é muito mais difícil do que já é nos outros estados”, refletiu.
Serafim acredita que a decisão dos empresários japoneses seja definitiva devido à maneira equivocada com que o governo federal vem tratando as empresas, principalmente as multinacionais.
“Os japoneses tomaram a decisão de sair do Brasil. É uma decisão definitiva, e eles não vão voltar atrás. O Brasil tem se equivocado muito no tratamento que dispensa às empresas, principalmente às multinacionais. Elas não podem ser vistas como inimigas. Nós temos que dizer qual é a regra do jogo e garantir a regra do jogo. Não podemos dizer que a regra do jogo é uma e essa regra ser alterada com o bom ou mau humor do governante”, alfinetou.
Augusto Costa, para o Portal O Poder
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