A exploração mineral do nióbio, material utilizado para fabricação de equipamentos médicos e construção de usinas nucleares, foi defendida pelo deputado Fausto Júnior (União Brasil) em terras indígenas no Amazonas. O parlamentar afirmou que a maior reserva do minério no mundo está localizada em São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros de Manaus) na região do Alto Rio Negro.
Na avaliação de Fausto Júnior, mesmo o minério estando localizado em uma reserva indígena, é possível explorar as riquezas naturais do Amazonas de forma sustentável. Além disso, na mina de São Gabriel da Cachoeira existem 2,9 bilhões de toneladas do metal. O espaço é considerado a maior reserva mineral não explorada do mundo. Por questões ambientais a reserva não pode ser explorada.
Ao ser questionado pela reportagem do Portal O Poder sobre a exploração de minérios em terras indígenas, Fausto Júnior afirmou que é a favor da atividade desde que sejam tomadas as devidas providências ambientais. “Sou a favor da exploração mineral de forma regulamentada e fazendo o reflorestamento das áreas exploradas, como é feito no Canadá por exemplo. Em relação às minas localizaras em áreas indígenas, já existe essa exploração de maneira irregular. Precisamos adotar medidas para regulamentar essa prática de forma consensual com os povos indígenas”, ressaltou.
Para o parlamentar, essa poderá ser uma grande alternativa econômica do Amazonas e há urgência em buscar outras opções por conta dos constantes ataques que a Zona Franca de Manaus (ZFM) vem sofrendo.
Tema polêmico
O Projeto de Lei nº 1610/96, que regulamenta a exploração de minérios em terras indígenas e tramita na Câmara Federal, é polêmico há 14 anos e já acumula mais de 130 emendas. O longo período de discussão se justifica por divergências entre as expectativas dos povos indígenas e os interesses das empresas de mineração.
A principal preocupação dos índios se concentra nos possíveis impactos socioambientais que a atividade causaria nas aldeias. As mineradoras, por sua vez, afirmam que a pesquisa e a lavra de minerais nobres, como ouro, diamante e nióbio – utilizado em usinas nucleares -, atendem interesses nacionais e são fundamentais para o desenvolvimento do país.
Augusto Costa, para O Poder
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