O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), solicitou, por intermédio da sua defesa jurídica, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a suspensão das investigações da Operação Ptolomeu – que apura sobre supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a cúpula do Governo do Acre.
Os advogados de Gladson argumentam a nulidade de um passo dado pela Polícia Federal logo no início das investigações – a requisição de Relatórios de Inteligência Financeira sobre o filho do governador, de apenas seis anos.
A informação sobre os movimentos da Ptolomeu na direção do menor foi revelada pela coluna Radar, de Robson Bonin, da revista Veja, e confirmada pela reportagem do Estadão. O pedido de anulação do inquérito foi apresentado à ministra Nancy Andrighi no último dia 20, onze dias depois da deflagração da terceira fase da Ptolomeu. Nesta fase ostensiva das investigações, o governador do Acre não foi alvo de buscas, mas teve de entregar seu passaporte à Justiça e seu patrimônio foi bloqueado. A Ptolomeu aponta também para familiares de Gladson Cameli.
No documento protocolado no STJ, a defesa do governador, capitaneada pelo advogado Pedro Ivo Velloso, questiona o fato de a requisição dos Relatórios de Inteligência Financeira – produzidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) -, atingir o filho de Cameli. A partir desses relatórios, a PF faz análises que podem apontar eventual evolução patrimonial suspeita de investigados.
A PF também pediu acesso a relatórios do Coaf referentes à mulher de Gladson, Ana Paula Cameli, e de uma holding da qual o filho de seis anos do casal figura como sócio. A defesa ressalta que os documentos foram solicitados pelos investigadores na fase inicial da Ptolomeu, ainda sem citação ao governador. Só posteriormente o caso foi remetido ao STJ, onde Gladson Cameli detém foro por prerrogativa de função.
Da Redação, com informações do UOL
Ilustração: Neto Ribeiro/Portal O Poder