Após ser ouvida na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal no Amazonas (PF-AM), a titular da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Simone Papaiz, e os demais presos durante Operação Sangria, deflagrada na manhã desta terça-feira, 30, foram encaminhados ao presídio estadual para cumprir prisão temporária de cinco dias, que pode ser prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. A informação é do delegado da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) confirmou ao portal O Poder que todos os presos durante a operação da Polícia Federal na manhã de hoje foram encaminhados a Central de Recebimento e Triagem (CRT) e ao CDPF.
Já o material apreendido pela PF será periciado durante a semana. “Esse levantamento vai findar no relatório de inquérito que será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF)”, ressaltou o delegado.
Sobre a participação da secretária de saúde no esquema fraudulento, o delegado informou que a Susam é o órgão técnico que fala se o equipamento atende ou não as necessidades para qual se destina e, segundo ele, foi nesse momento que houve a participação da pessoa que ocupa o cargo de titular da pasta da saúde, no caso, Simone Papaiz.
Alexandre Saraiva ressaltou que a operação não se encerrou, que a ação de hoje foi apenas uma fase da operação. “Vamos aguardar para verificar o que vai ser apurado nesse material apreendido”, informou.
Simone Papaiz deverá ser encaminhada ao Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), unidade prisional em que foi encarcerada as ex-primeiras-damas do Estado, Nejmi Aziz e Edilene Gomes, presas durante mais uma fase da operação Maus Caminho, que também apura fraude na saúde do Amazonas.
Apreensões
Além de Simone, os demais suspeitos que tiveram prisão temporária autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) estão: o ex-secretário-executivo da Saúde, João Paulo Marques dos Santos, o ex-secretário-executivo adjunto de Saúde Perseverando da Trindade Garcia Filho e a ex-gerente de compras da secretaria Alcineide Figueiredo Pinheiro.
Também os empresários Cristiano da Silva Cordeiro, Fábio José Antunes Passos, Renata de Cássia Dias Mansur Silva e Luciane Zuffo Vargas de Andrade foram os alvos das prisões temporárias durante a operação.
Governador
Em relação ao governador Wilson Lima, o delegado explicou que o que tinha que ser cumprindo foi feito nessa primeira fase da operação. “O que o Superior Tribunal de Justiça deferiu foram as buscas e apreensões que foram cumpridas 100%. Os próximos passos vão depender do delgado que está a frente do caso”, ressaltou o delegado.
Henderson Martins, para O Poder
Foto: Secom