A decisão do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), que anulou nessa segunda-feira, 8, todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pela Justiça Federal do Paraná no âmbito da Operação Lava Jato, repercutiu nesta terça-feira, 9, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam). Houve atrito entre os deputados Wilker Barreto (Podemos), que criticou a decisão, e Sinésio Campos (PT) que saiu em defesa do ex-presidente durante o pequeno expediente.
Ao conceder o habeas corpus a Lula, Fachin declarou a 13ª Vara Federal de Curitiba incompetente para julgar os processos do tríplex do Guarujá (SP), do sítio em Atibaia (SP) e das doações do Instituto Lula. Agora, caberá à Justiça Federal do Distrito Federal julgar se os atos realizados nos três casos poderão ser reaproveitados. A decisão fez Lula voltar a ter o direito de disputar as eleições de 2022.
Wilker Barreto criticou a decisão e disse que não concordava com a definição do STF, afirmando que a sentença era um desrespeito com a população do Brasil.
“Quero fazer uma reflexão e não impero o mundo do direito, mas sou racional. A decisão da sentença de ontem não considerou que a Lava a Jato desvendou inúmeros crimes de bilhões e apenas porque não era a vara competente de Curitiba. Daqui a pouco, vamos ter parlamentares dizendo que a Lava Jato não existiu e foi um conto de fadas, que o desvio na Petrobras não existiu e que o Lula é honesto. O Lula é um criminoso. O crime dele é do colarinho branco, mas é um criminoso”, alfinetou.
O presidente estadual do PT, Sinésio Campos, saiu em defesa de Lula e criticou Wilker Barreto. “O que nós tivemos é que a Justiça foi feita de forma plena. A sua fala Wilker atinge todos os companheiros do PT e eu estou no 9º mandato e nunca respondi um boletim de ocorrência. Nunca respondi processo na minha vida. Vamos deixar de tratar as coisas aqui de uma forma simplista. Todos sabem que o Fachin era oposto do Moro e deu a decisão contrária. Agora vamos sair de Curitiba e vamos para o lugar correto e julgar”, afirmou.
Augusto Costa para O Poder
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