dezembro 26, 2024 20:30

Troca de partidos deixa deputados “em cima do muro”

As eleições de 2022 ainda parecem distantes, mas muitos deputados já iniciaram as articulações para futuras alianças de olho na reeleição. O Portal O Poder falou com alguns parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) que estão “em cima do muro” em relação à troca de partido e cogitam mudanças apenas para o próximo ano,

Embora ainda não admitam publicamente e muitos até jurem fidelidade à legenda, temas como “janela partidária”, prevista para iniciar em abril de 2022, já começam a ser debatidos nos bastidores da Casa legislativa.

A “janela partidária” é o período em que os deputados que pretendem concorrer à reeleição ou ao cargo de governador nas eleições do próximo ano poderão mudar de partido sem correr o risco de perder o mandato eletivo.

Mesmo com fontes que não quiseram se identificar temendo represálias confirmarem que a deputada Alessandra Campêlo (MDB) está de saída do partido do senador Eduardo Braga, a parlamentar negou a informação e disse que, até onde sabe, a sua saída da sigla é apenas especulação política.

Apesar de desconversar, a possibilidade de a nova titular da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas) trocar de partido é evidente. Nos últimos meses, Alessandra se aproximou do governador do Amazonas, Wilson Lima, desafeto do senador Eduardo Braga, líder do MDB no Senado Federal.

Outro rumor é de que a parlamentar já estaria dividida entre o Progressistas, do deputado Belarmino Lins, e o PSC, sigla do governador. “Não procede a informação de troca de partido. Até onde a vista alcança, estou bem com o MDB. Inclusive ajudo no trabalho do MDB Mulher em nível federal. O resto é tensão pré-eleitoral antes da hora”,  justificou.  

Cautela

O deputado Saullo Vianna (PTB) também preferiu adotar a cautela ao falar sobre o seu futuro político em 2022. No momento, ele prefere observar o cenário político para depois se posicionar.

“Vou analisar como será a regra da eleição. Existe uma corrente em Brasília favorável ao voto distrital, ou seja, os mais votados. E há outra para manter exatamente a estratégia adotada em 2020 sem as coligações. No entanto, vai tirar a regra do ano passado, quando os partidos não precisavam alcançar o quoficiente eleitoral”, explicou. Uma das mudanças que pode acontecer é que só façam parte das vagas da sobra os partidos que atingirem o quoficiente eleitoral”, acrescentou.

Saullo disse, ainda, que um dos índices tratados da reforma política é para diminuir o número de partidos, além da cláusula de barreiras que a cada eleição aumenta o percentual de votos para deputado federal que os partidos devem alcançar em cada estado, além da questão da representatividade, na qual quanto menos partidos tiverem representatividade na Câmara, haverá acesso ao Fundo Eleitoral e tempo de TV.

“Qualquer uma dessas duas mudanças vai interferir diretamente no processo eleitoral dessa questão de escolha de partidos. O que vai se afunilando a cada eleição é o número de partidos com Fundo Eleitoral e o tempo de televisão, que é importante para a candidatura”, afirmou. “Quanto aos partidos, decidirei a partir do momento que forem definidas as regras da eleição. Meu foco agora é manter o trabalho e a formação de grupo”, completou.

Fortalecimento

Atual líder do MDB na Aleam e recém-filiado à sigla, o deputado Fausto Júnior tem como meta fortalecer o partido para as próximas eleições. “Farei o for necessário para contribuir para que o MDB se fortaleça nas eleições”, enfatizou o parlamentar.

O deputado Delegado Péricles (PSL) preferiu ser cauteloso em relação ao seu futuro político. “No momento certo falarei sobre permanência ou possível mudança de partido. Por enquanto, sigo o meu mandato, ciente do meu compromisso com a população, sempre à frente da escolha de siglas partidárias”, enfatizou.

Já a assessoria do deputado Cabo Maciel (PL) respondeu que até o momento o parlamentar ainda não tem pretensão de sair da legenda.

Filiados tradicionais

Com mais de três décadas na política, o deputado Serafim Corrêa (PSB) explicou que, independente das mudanças que possam ocorrer nas regras eleitorais de 2022, não pretende mudar de casa. “Minha opção política já tem 33 anos e não tenho nenhuma razão para mudar. É o que acredito para prosseguir na batalha pela redução das desigualdades sociais”, afirmou.

Belarmino Lins do Progressista também ficou em cima do muro e aguarda o andamento da próxima eleição. “Há muita estrada pra percorrer”, avaliou.

 

Augusto Costa, para O Poder

Foto: Divulgação

 

 

 

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