Momentos antes da votação da instalação da CPI da Pandemia, nesta terça-feira, 27, a participação do senador Renan Calheiros (MDB-AL) na comissão dividiu os senadores. A CPI é composta por 11 senadores titulares, sete suplentes e terá 90 dias para realizar as investigações.
O senador Jorginho Mello (PL-SC) afirmou que Renan Calheiros deveria ser impedido de participar das investigações por ser pai do governador de Alagoas, José Renan Vasconcelos. “Existe o impedimento de parlamentares com vínculos sanguíneos fazerem parte da CPI da Pandemia, bem como impedimento a ser indicado pelo relator. O que quero destacar é que há uma importante investigação para a nossa República que não pode ser continuada se houver um ‘q’ de desconfiança”, alfinetou.
Ciro Nogueira (PP-PI) também questionou a participação de Otto Alencar, que é membro da CPI da Chapecoense e sugeriu que a sessão fosse suspensa até ser resolvida um vício de que um senador só pode fazer parte de uma CPI e que existem senadores cotados para participar da CPI da Pandemia que estão em outra comissão.
“Um senador só pode fazer parte de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, em uma como titular e em outra como suplente. E temos senadores aqui que fazem parte de mais de uma CPI e me perdoe dizer, inclusive, vossa excelência que faz parte da CPI da Chapecoense”, questionou.
O senador do Amazonas, Eduardo Braga (MDB-AM), saiu em defesa do colega de partido Renan Calheiros e afirmou que não existe nenhuma irregularidade envolvendo o Estado de Alagoas.
“Primeiro eu quero manifestar a minha profunda tristeza de poder estar hoje na condição de senador da República da instalação da CPI que trata de um tema muito doloroso a milhares de brasileiros. A questão de ordem levantada contra dois companheiros do MDB, um o Renan Calheiros. O Estado de Alagoas não sofre um inquérito ou uma investigação sequer sobre nenhuma dessas condições da Covid-19”, justificou.
Augusto Costa, para o Poder
Foto: Acervo O Poder