O vereador Dione Carvalho (Patriota) usou a tribuna da Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta terça-feira, 18, para denunciar a existência de uma quadrilha de tráfico humano, pedofilia e a retirada de órgãos de crianças, formada por policiais e pessoas ligadas à área de Saúde. O grupo estaria atuando, principalmente, em bairros da Zona Leste da capital.
Carvalho sugeriu que seja criada uma Frente Parlamentar na CMM para investigar o desaparecimento de crianças. De acordo com o vereador, esta terça-feira, 18, é a data alusiva ao Dia de Combate à Exploração e Abuso Sexual Infantil, portanto, ele fez um levantamento que comprovou a ocorrência do sequestro de várias crianças em bairros da Zona Leste de Manaus.
“Hoje, na cidade de Manaus, temos uma ‘quadrilha’ envolvendo profissionais da Saúde, policiais e uma série de trabalhadores que fazem parte desse círculo vicioso compactuando com pedofilia e tráfico humano. No momento certo eu irei apresentar dados estatísticos e o nome de pessoas que, até hoje, não conseguiram recuperar os seus filhos e não sabem nem o que aconteceu de fato”, denunciou.
Dione Carvalho afirmou, ainda, que o tráfico humano no mundo está aumentando e infelizmente no Brasil não é diferente. De acordo com o vereador, somente em 2020 foram registrados mais de 155 casos de tráfico de pessoas envolvendo, na sua maioria, crianças da Zona Leste de Manaus.
“Por que esses criminosos atacam mais a Zona Leste de Manaus? Porque lá se encontram famílias em vulnerabilidade social e que são considerados excluídos para a sociedade. Com base nisso, os dados são alarmantes em nossa cidade, nós devemos nos posicionar e fiscalizar as escolas também. Devemos cobrar do prefeito, do governador, do Ministério Público, dos órgãos de controle uma fiscalização nas escolas. Vamos colocar mais policiais e os conselheiros tutelares para trabalhar”, alfinetou.
Tráfico de órgãos
Na avaliação do vereador, muitas famílias de crianças desaparecidas não sabem se elas ainda estão no Brasil. “Existe uma probabilidade muito grande de venderem os órgãos dessas crianças para uma classe elitizada dentro e fora do Brasil. Isso me preocupa muito porque eu vejo que é uma área que não tem muita atenção. Nós, como vereadores, temos que montar uma frente parlamentar para fazer uma investigação quanto a esse índice de crianças sequestradas que sumiram e ninguém sabe dizer o paradeiro delas, se estão vivas ou mortas, se estão no Brasil. Essas famílias me procuraram no meu gabinete e eu tenho obrigação de dar uma resposta a elas e não sei como dar”, ressaltou.
Augusto Costa, para O Poder
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