A possibilidade da exploração de 20 bilhões de metros cúbicos de gás natural em Juruá (a 674 quilômetros de Manaus), que promete incrementar a economia no município com a geração de emprego e renda para a população, motivou o prefeito José Maria Júnior (MDB), mais conhecido como Dr. Júnior, a explorar a fonte de energia não poluente na região. O gestor participou de reunião, nessa quarta-feira, 18, com representantes da Eneva no Brasil.
O prefeito de Juruá confirmou que saiu entusiasmado da reunião com a empresa Eneva do Brasil que, atualmente, já explora o gás natural no campo do Azulão, em Silves, e pretende expandir a exploração em todo o Amazonas.
“A reunião foi muito positiva. A Eneva demonstrou muito interesse não somente nos blocos que estão em nosso município, mais também em todos os blocos do nosso Estado, inclusive estão negociando a compra do Porto de Urucu”, anunciou.
Atualmente a empresa atua nos setores de geração, exploração e produção de petróleo e gás natural e comercialização de energia elétrica. De acordo com Dr. Júnior, a Eneva enfatizou a possibilidade de acelerar o processo de compra e de exploração. Os royaties gerados para a prefeitura pela exploração do gás natural vão viabilizar o desenvolvimento do município e investimentos em segmentos importantes para a população.
“Ainda não temos o valor e nem data para recebermos os royalties. Mas serão feitos investimentos em todas as áreas”, ressaltou.
Ao ser questionado em quais áreas a prefeitura vai priorizar para investir no município como infraestutura, saúde, educação e setor primário, Dr. Júnior informou que esses recursos só deverão ser utilizados na próxima gestão. No entanto, o prefeito acredita que a exploração do gás natural vai gerar milhares de empregos diretos e desenvolvimento na economia da região, uma vez que, além dos royaties, o município também terá aumento na arrecadação tributária do ICMS.
“A empresa inda está fazendo o levantamento de quantos empregos serão gerados. Não sei se vamos receber no meu mandato, pois já fui reeleito. A minha intenção é que chegue em nosso município independente quem seja o prefeito, pois o que importa é o bem-estar da população”, ressaltou.
Gás no Amazonas
Atualmente, a Eneva é um dos maiores parques térmicos de geração de energia a gás natural do país. O gás utilizado é produzido em campos situados na região Norte e Nordeste do Brasil. A empresa explora a produção de gás natural no campo de Azulão, localizado entre os municípios de Silves e Itapiranga, na Bacia do Amazonas, que foi o primeiro projeto a entrar em operação na região.
Em novembro de 2017, a empresa comprou o campo de Azulão da Petrobras por US$ 54,5 milhões. A área foi descoberta em 1999 e declarada comercial em 2004, mas até sua venda – 13 anos depois – não foi colocada em operação pela estatal, que chegou a estudar diversos modelos de produção para o projeto.
Com Coari, Azulão e agora o Juruá, o Amazonas é um grande produtor de petróleo e gás natural, em terra, mas na Bacia do Solimões, há infraestrutura para movimentação e processamento de óleo e gás e escoamento para Manaus. Os ativos serão vendidos e a Eneva apresentou a melhor oferta na concorrência aberta pela Petrobras.
O gás produzido em Azulão será usado na geração de energia pela termoelétrica Jaguatirica II, de 117 MW de potência, contratada no primeiro leilão para atendimento aos sistemas isolados, realizado em 2019.
O gás natural do campo de Azulão será liquefeito e transportado por carretas para Boa Vista, capital de Roraima.
A energia servirá para atender Roraima, onde está localizada a usina, único Estado do país ainda desconectado do Sistema Interligado Nacional (SIN) de transmissão de energia. Depende, portanto, da geração local. Ao todo, a previsão de investimento é de R$ 1,8 bilhão.
Em breve, Juruá poderá entrar no rol dos produtores de gás natural no Amazonas e se transformar em um novo polo econômico de gás natural na região da calha do Juruá.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Acervo O Poder
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins