A falta de critério da Amazonas Energia em não instalar medidores de energia nos condomínios de luxo em Manaus foi questionada por um dos deputados nessa quinta-feira, 3, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). O deputado Carlinhos Bessa (PV) desafiou a concessionária a não praticar a instalação somente nos bairros mais carentes da cidade, mas também na área da Ponta Negra, considerada nobre na cidade e onde, segundo a empresa, ocorrem até 30% de desvio de energia.
“Eu faço um desafio para a Amazonas Energia. Já que esses medidores são tão bons, que comecem a fazer essas trocas na Ponta Negra, onde moram as pessoas de valor aquisitivo maior. Eles não vão fazer porque causa poluição visual. Vejam o que fizeram no Parque Dez. Não entendo porque colocar os medidores nos postes para demitir funcionários e acusar pessoas de fazer ligações irregulares. Duvido que no Jardim das Américas e outros condomínios luxuosos não tenham ‘gato’. Se é algo tão bom, comecem por onde as pessoas têm mais dinheiro”, alfinetou.
Para o parlamentar, a Justiça agiu de forma correta suspendendo a troca dos medidores. “Daqui a alguns dias, eles vão querer fazer no interior e, se não nos levantarmos, as pessoas vão ficar sem o direito de se defender. Esses medidores são uma imoralidade”, disse.
Poluição visual
Na esteira do colega, o deputado Delegado Péricles (União Brasil) criticou a poluição visual causada pelo emaranhado de fios que os novos medidores de energia instalados nos postes estão deixando na cidade. “Está uma poluição visual no Parque Dez. Essa empresa, visando o lucro, faz o que quer na cidade. Em relação aos cortes de energia, eles também não respeitam a lei e nós, como deputados estaduais, vamos fazer com que eles cumpram”, prometeu.
Prorrogação
O presidente da CPI da Amazonas Energia, Sinésio Campos (PT), também falou que a CPI está prorrogada por mais 90 dias e que a comissão vai realizar oitivas também no interior. “Já temos resultados precisos e aprovamos o requerimento sobre a situação dos medidores. É importante as pessoas saberem da lei para fazer vistoria no medidor, a população tem que ser informada três dias antes por carta e se o morador não for avisado, a concessionária pode ser multada em até R$ 300 mil”, ressaltou.
O presidente da Aleam, Roberto Cidade (PV), falou que o tema era importante em relação aos novos medidores de energia elétrica e que espera que a CPI dê uma resposta positiva para a sociedade. “Vocês prorrogaram a CPI por 90 dias para poder dar uma solução e esclarecer para a população o que está acontecendo. Nas comunidades de Manaus e no interior vemos um serviço precário e que cobra caro”, ressaltou.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Acervo O Poder
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins