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Roraima – Em entrevista ao O Poder nesta segunda-feira, 12, a dona de casa Angélica Maciel Barbosa, de 48 anos, fez graves denúncias contra a gestão do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), na Saúde Estadual. A mulher relatou diversos problemas que teve ao acompanhar o filho, o vendedor Felipe Gabriel Maciel Xaud, 24 anos, que morreu no dia 24 de maio de 2021, em uma unidade de saúde do Estado.
Ela explicou que apesar do caso ter ocorrido no ano passado, os problemas na Saúde Estadual continuam e, por isso, decidiu trazer o caso à tona para que a população saiba, de fato, como é o serviço público de saúde oferecido pelo Governo de Roraima.
Durante a entrevista, ela lembrou que Felipe deu entrada no Hospital das Clínicas (HC) no dia 15 abril de 2021. Ao passar por exames, os médicos deram um laudo de que ele estava com endocardite infecciosa aguda e subaguda, doença que afeta o endocárdio, provoca inflamação na membrana que reveste a parede interna do coração e as válvulas cardíacas.
A dona de casa destacou que os problemas começaram com a falta de atendimento adequado para o filho e a omissão dos profissionais de saúde, que deixam de fazer os procedimentos necessários para cuidar de Felipe.
“Não fizeram ressonância magnética. Ele não foi um paciente estudado a fundo. Meu filho passou um mês esperando o TFD [Tratamento Fora de Domicílio]. Até quando Roraima não vai ter uma estrutura em relação TFD? O coração de um ser humano não pode esperar. Meu filho esperou um mês e o caso dele não foi estudado profundamente”, lamenta.
Angélica conta que os exames apontaram que o filho dela estava com aorta (principal artéria do nosso corpo e também a maior delas) perfurada. Ela afirma que o caso era considerado grave e necessitava de urgência, mas o tratamento adequado não foi realizado em Roraima e o governo do Estado demorou para liberar o TFD.
Após finalmente conseguir o Tratamento Fora de Domicílio, Felipe foi internado no Hospital Laranjeira, no Rio de janeiro, mas o quadro de saúde dele estava avançado e morreu poucos dias após se submeter a um procedimento cirúrgico, segundo informou a mãe dele.
“Fizeram a cirurgia nele no dia 21 de maio, e no dia 24 ele morreu às 19h15. Ele estava com falência orgânica, saiu de Roraima com sepse [agravamento de uma infecção previamente estabelecida]. Meu filho passou um mês dentro do HC, não tinha soro, não tinha remédio. Um paciente com inflamação sistêmica no coração. Até quando a Saúde Estadual com essa falta de estrutura vai continuar matando?”, questiona.
Hora de mudar
A dona de casa afirmou que a hora de fazer a mudança é agora, no período eleitoral. Segundo ela, do jeito que está, não pode continuar, pois várias vidas estão sendo ceifadas por negligência e falta de estrutura na Saúde Pública Estadual.
“Esse Estado precisa de mudança, pessoas para administrar esse hospital. Roraima era para ter uma UTI aérea. Se uma pessoa sofrer um acidente e furar a aorta, vai morrer? Não tem uma emergência, não tem ressonância magnética, não tem um exame mais profundo. Nós somos trabalhadores, pagamos nossos impostos”, acrescentou.
Saúde Estadual
A reportagem entrou em contato com o governo de Roraima sobre as graves denúncias em relação a saúde estadual e aguarda um posicionamento.
Da Redação O Poder
Foto: Divulgação