A Câmara Municipal de Manaus (CMM) tem um histórico de renovação de metade dos vereadores. Em 2016, houve mudança em 48% das cadeiras, enquanto em 2020 teve 50%. Mas será que em 2024 será assim?
É preciso levar em consideração no cenário deste ano que não existem mais as coligações e que os vereadores de um mesmo partido “duelarão” entre si por uma cadeira na Casa Legislativa municipal.
Com o término da janela partidária e a nova disposição das bancadas na CMM, é possível analisar que os partidos tanto da situação quanto o da oposição estão bem distribuídos. Essa disposição de forças pode resultar em uma baixa renovação na Casa Legislativa.
A estratégia de pulverização pode beneficiar os parlamentares, que possuem mais recursos do que aqueles que não têm mandato. Neste cenário, eles terão mais estrutura, mais comoção pública e podem arrastar mais votos para os seus partidos, mantendo o número de representantes na Casa Legislativa. Atualmente, a maior parte das siglas tem 2 ou 3 vereadores os representando e com grande potencial de votos.
Quem não tem mandato, terá mais trabalho durante a campanha política para vencer os desafios políticos e conseguir ser mais bem sucedido que seus colegas de partido.
Mas pode ser que não ocorra…
“Penso que até por conta do desgaste e da falta de dinheiro, acima de tudo, vai haver uma renovação de 40%”, analisa o cientista político Helso Ribeiro.
Ele pontua que depende muito do quociente eleitoral. O cálculo dependerá do número de abstenções e votos nulos e brancos, uma vez que leva em consideração apenas a quantidade de votos válidos. Outro desafio será o recurso financeiro para bancar uma eleição.
“As eleições estão cada vez mais caras, dispendiosas. Então, quem tem mandato tem uma estrutura que o próprio mandato oferece com muitos servidores, cotão, carros à disposição. Isso é uma ajuda, evidentemente. Mas tradicionalmente, mesmo com tudo isso, há essa renovação de 40% para cima”, finaliza.
Priscila Rosas, para Portal O Poder
Foto: Neto Ribeiro/Portal O Poder