A partir desta quinta-feira, 25, os russos iniciarão uma votação de sete dias sobre as reformas abrangentes que podem abrir caminho para o presidente Vladimir Putin continuar no Kremlin até 2036 se reeleito, uma manobra que críticos classificam como um golpe constitucional.
A votação acontece diante dos opositores demonstrarem preocupação com a saúde das pessoas que devem ir às urnas durante a pandemia do novo coronavírus, do receio das declarações de que Putin “já está no poder há tempo demais’’ e fraude eleitoral.
Na última quarta-feira, 24, o número de infectados pela doença no país ultrapassou 600 mil, sendo o terceiro maior do mundo. As autoridades informam que o vírus está recuando e que medidas de segurança estão sendo tomadas.
Se forem aprovadas as alterações constitucionais, Putin poderia concorrer a mais dois mandatos de seis anos depois que o atual terminar em 2024. O ex-agente da KGB está no poder como presidente ou primeiro-ministro desde 1999.
“Como o presidente não encontrou um sucessor, indicou a si mesmo”, disse Andrei Kolesnikov, pesquisador sênior do Centro Carnegie de Moscou.
Mesmo com o desemprego em alta, a covid-19 afetando a economia e da falta de perspectiva de recuperação econômica no futuro próximo, Putin não vê ameaça da oposição divida e conta com o apoio da mídia estatal.
Conteúdo: Reuters
Foto: AFP