novembro 24, 2024 13:59

MPAM vai à Justiça para ‘brecar’ aumento de salário do Executivo e do Legislativo de Humaitá

O Ministério Público do Amazonas (MPAM), pela 2ª Promotoria de Justiça de Humaitá, ajuizou, no último dia 10, Ação Civil Pública com pedido de tutela de urgência, obrigação de não fazer e nulidade contra a implementação de suposto aumento ilegal de salários de agentes e servidores públicos da cidade.

As leis municipais nº 858 e nº 859/2020 foram aprovadas em dezembro de 2020, estabelecendo reajustes que variam de 20 a 50% nos subsídios de vereadores, do prefeito, vice e dos secretários municipais de Humaitá. Além da suspensão dos efeitos dessas leis, o MPAM quer que a Justiça determine a nulidade de cada uma.

“As leis foram aprovadas a toque de caixa, com rapidez impressionante e sem qualquer estimativa de preço, demonstração da origem dos recursos para custeio ou comprovação de não afetação das metas de resultados fiscais”, observa o Promotor de Justiça Rodrigo Nicoletti.

Os subsídios do prefeito, vice, dos secretários municipais e dos vereadores devem ser fixados pela Câmara Municipal no último ano da legislatura, até 30 dias antes das eleições municipais. “Em 2020, as eleições ocorreram em 15 e 29 de novembro. Logo, somente seriam regulares se tivessem sido votadas até 15 de outubro de 2020”, aponta o titular da 2ª PJH.

Conforme a LC nº 173/2020, artigo 21, é nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda às exigências dos arts. 16 e 17 da LC 101/2020. Ou seja, para ser válida, a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa deve incluir estimativa do impacto orçamentário-financeiro e declaração do ordenador da despesa de que o aumento é adequado e compatível com a lei orçamentária anual, com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

O Ministério Público chegou a expedir recomendação (nº 21/4947.2ªPJH) ao prefeito e ao Presidente da Câmara Municipal de Humaitá para que suspendessem, no âmbito de suas competências, os pagamentos decorrentes dos aumentos autorizados pelas leis nº 858 e 859/2020. A recomendação foi acatada parcialmente, com suspensão das despesas até 2022, a despeito das demais irregularidades já identificadas, o que levou o MP ao ajuizamento da ACP.

 

Com informações da Assessoria

Foto: Divulgação

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