Roraima – Investigado por suspeita de envolvimento no sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos, o deputado estadual Jalser Renier voltou a ter a prisão defendida pelo Ministério Público de Roraima (MP-RR). Dessa vez, o órgão justifica que o parlamentar descumpriu medidas e fraudou o uso de tornozeleira eletrônica.
O parlamentar foi preso no início do mês passado, mas foi beneficiado com um habeas corpus e deixou o Comando Geral da Polícia Militar de Roraima no dia 6. Entre as medidas cautelares estão o uso de tornzeleira, ficar em casa nos fins de semana.
Em novo pedido ao Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), a procuradora-geral de Justiça, Cleonice Andrigo Vieira, argumenta que Jalser viajou numa sexta-feira, dia 15, para Brasília e retornou apenas no domingo, dia 17 de outubro. Dessa forma, descumpriu o horário de recolhimento.
“JALSER RENIER viajou para Brasília-DF no dia 15/10/2021 … e retornou no dia 17/10 às 9h15 … porém o relatório de mapeamento e monitoramento demonstra que nos mesmos dias 15 e 16 a mesma pessoas esteve utilizando a mesma tornozeleira em Boa Vista, com violação de perímetro por três vezes, o que é indicativo de fraude”, informa.
Sejuc
Por meio de nota, a Secretaria de Justiça e Cidadania informou que aguarda “a oficialização por parte do Judiciário quanto ao relatório de monitoramento do deputado estadual Jalser Renier para identificar as possíveis e futuras mudanças”.
A Sejuc destaca, ainda, que apenas emitiu relatório ao Judiciário informando da ausência do deputado na Comarca de Boa Vista, onde ele deve ficar. “Adianta que deslocamento de viagem é autorizado só somente só pela Justiça e se não houve essa autorização, o detento descumpriu medida judicial. Compete à Sejuc apenas o cumprimento de determinação judicial”.
O caso
O deputado estadual Jalser Renier (SD) foi preso preventivamente na tarde do dia 1º de outubro, em um escritório localizado no bairro Canarinho, zona Norte de Boa Vista. A ação foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Roraima (MPRR).
O Gaeco é responsável pelas investigações do sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos, que no mês passado cumpriu sete mandados de prisão temporária contra policiais militares que eram lotados no gabinete de Jalser, no período em que esteve como presidente da Assembleia Legislativa (ALE-RR).
Da Redação O Poder
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