agosto 20, 2025 20:16
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RR: Companhia Energética é reativada para ser extinta em dezembro

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Com 19 votos, os deputados estaduais aprovaram o Projeto de Lei que reativa a Companhia Energética de Roraima (Cerr), estendendo o prazo até o dia 31 de dezembro e extinguindo em seguida. O texto segue para sanção do governador Antonio Denarium.

Segundo o presidente da Assembleia de Roraima, deputado Soldado Sampaio, o governo não poderia ignorar os serviços prestados há décadas pelos antigos funcionários, que foram responsáveis por fornecer energia para todo o Estado.

A licença da companhia expirou no dia 30 de junho e a iminência de uma demissão em massa dos trabalhadores culminou em uma batalha jurídica entre a categoria e a gestão estadual. Dois dias antes do último prazo, Denarium demitiu cerca de 200 funcionários ligados à companhia.

Após decisão judicial, 161 funcionários voltaram aos trabalhos. Uma dessas decisões, proferida pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantiu a permanência de antigos funcionários no quadro do governo em cargos equivalentes ao que exerciam na estatal.

Essa decisão saiu na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que Denarium apresentou para derrubar normas que o obrigam a enquadrar os empregados. A outra, do presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT-11), desembargador Jorge Alvaro Marques Guedes, garantiu o vínculo de concursados até o julgamento do mérito da ação trabalhista do Sindicato dos Urbanitários (Stiurr).

Na semana passada, trabalhadores da Cerr denunciaram o governo por pagar aos trabalhadores salários atrasados com descontos de até 50% e sem benefícios.

Assim, o Ministério Público do Trabalho (MPT) sugeriu à Justiça do Trabalho estabelecer multa diária de R$ 20 mil para o Estado em razão de descumprimento de decisões judiciais sobre o caso.

Em audiência na sexta-feira, 15, o juiz do Trabalho, Gleydson Ney Silva da Rocha, então, sugeriu que a rescisão dos funcionários da Cerr fosse em 31 de agosto, com aviso indenizado. Com isso, ele marcou uma nova audiência para sexta, 22, quando irá analisar o pedido de multa pelo MPT e o levantamento dos valores dos direitos dos trabalhadores.

 

Com informações de Folha BV

Foto: Nilzete Franco/Folha BV

TJAM oficializa aposentadoria de Chalub após licenças e férias

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O Pleno do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) julgou e aprovou, nesta terça-feira, 19, o pedido de aposentadoria por invalidez permanente do desembargador Domingos Jorge Chalub Pereira.

No último dia 14 de agosto, havia sido publicada uma portaria concedendo ao magistrado licença médica até 22 de agosto, o que alimentou a expectativa de que a aposentadoria só seria oficializada após essa data. No entanto, Chalub antecipou o processo e o Pleno aprovou hoje seu pedido de aposentadoria, com proventos integrais.

A decisão foi proclamada em plenário a partir do voto do presidente do TJAM e relator do processo, desembargador Jomar Fernandes. A aposentadoria passa a vigorar a partir de 11 de junho de 2025, conforme laudo médico, com proventos integrais no valor de R$ 48.479,11, calculados com base no artigo 36 do diploma estadual, em combinação com o artigo 40, parágrafo 3º e 17º da Constituição Federal de 1988.

Chalub estava afastado há meses do TJAM

O desfecho ocorre após uma sequência de afastamentos do magistrado. Chalub havia retornado de férias no último dia 9 de agosto, mas não reassumiu suas funções. No mesmo dia, o TJAM publicou portaria concedendo nova licença médica de 10 dias, válida até 22 de agosto. Antes disso, o desembargador já havia passado por uma licença de 15 dias em julho e, na sequência, usufruiu férias regulamentares.

Com a aposentadoria oficializada, Chalub antecipa sua saída definitiva da Corte, que ocorreria compulsoriamente em 27 de agosto, quando completaria 75 anos. O desembargador ocupava vaga destinada ao Quinto Constitucional da advocacia, cuja sucessão promete acirrar disputas no meio jurídico e político.

Disputa oficialmente aberta

A escolha do novo desembargador inicia na OAB-AM, que deve formar uma lista sêxtupla paritária, três homens e três mulheres. Desta lista, o TJAM elege três nomes e a decisão final cabe ao governador do Estado, Wilson Lima (União).

Efeito

A aposentadoria de Chalub pode provocar mudanças, além do TJAM. Alterações são esperadas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) e em cargos estratégicos ligados à Prefeitura de Manaus e ao Governo do Estado, criando um verdadeiro efeito cascata.

 

Thaise Rocha, para Portal O Poder
Foto: Divulgação 

AGU pede que Meta exclua chatbots que promovem erotização infantil

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A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou nesta segunda-feira, 18, uma notificação às redes sociais Instagram, Facebook e WhatsApp para solicitar a exclusão de robôs de inteligência artificial que simulam aparência infantil e realizam diálogos com conteúdo sexual.

A empresa tem 72 horas para excluir os robôs e esclarecer quais medidas têm sido adotadas para evitar que crianças e adolescentes tenham acesso a conteúdo sexual e erótico.

No ofício enviado à Meta, empresa que opera as redes citadas, a AGU disse que chatbots criados por meio da ferramenta Meta IA Studio promovem a erotização infantil.

O órgão também acrescentou que as plataformas da Meta estão disponíveis para menores de idade, a partir dos 13 anos, e não existe filtro para verificar a idade dos usuários entre 13 e 18 anos. 

“Tais chatbots têm potencialidade de alcançar um público cada vez mais amplo nas plataformas digitais, especialmente nas redes sociais da Meta, ampliando de forma exponencial o risco do contato de menores de idade com material sexualmente sugestivo e potencialmente criminoso”, argumenta a AGU.

O tema sobre a erotização de crianças veio à tona nas últimas semanas após o influenciador Felca denunciar perfis que usam crianças e adolescentes para promover a adultização infantil.

Nesta semana, a Câmara dos Deputados deve voltar a debater a aprovação de um projeto de lei (PL) para combater a adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais.

A Agência Brasil procurou a Meta para comentar a notificação, mas ainda não recebeu retorno. 

 

Da Redação com informações da Agência Brasil 

Foto: Divulgação

 

Construtora investigada e ligada ao governador do Acre volta a receber contrato do DNIT no AM

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O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) voltou a contratar, por dispensa de licitação, a Construtora Etam LTDA, empresa que já foi alvo de investigação da Polícia Federal. O extrato foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

De acordo com o documento, o contrato prevê a execução de serviços de reforço estrutural na BR-319, no trecho localizado no quilômetro 23,10, em Careiro da Várzea (AM). O valor global da obra é de R$ 2.257.165,24. A homologação foi assinada pelo superintendente regional do DNIT no Amazonas, Orlando Fanaia Machado.

A Construtora Etam LTDA, inscrita no CNPJ 22.768.840/0001-31, tem como sócio-administrador, Eládio Messias Cameli, pai do atual governador do Acre, Gladson Cameli (PP). Tanto a empresa quanto os dois foram alvos da Operação Ptolomeu, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, que investiga crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, desviou de recursos públicos e ocultação de valores. O processo tramita atualmente no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Esta não é a primeira vez que a Etam é contratada pelo DNIT, sem licitação, no Amazonas. Em novembro de 2024, o órgão já havia firmado contrato emergencial de R$ 27.356.724,87 com a empresa para execução de obras na BR-319, no trecho entre o posto da Polícia Rodoviária Federal, em Manaus, e a divisa do Amazonas com Rondônia. A emergência havia sido declarada um mês antes, em outubro.

Da Redação
Foto: Divulgação 

RR: advogado de Denarium explica possíveis cenários de afastamento e novas eleições

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Em entrevista concedida no domingo, 17, no programa Agenda da Semana na Rádio Folha FM, o advogado do governador de Roraima, Getúlio Cruz, falou sobre os possíveis cenários que aguardam o gestor.

Denarium vai ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após 1 ano com o processo parado no dia 26. Antes disso, o gestor havia confirmado candidatura para as eleições de 2026 ao cargo no Senado.

Caso a decisão seja desfavorável, além de perder a cadeira no governo do Estado, Denarium ficará inelegível por oito anos. Quem poderá assumir o fim de mandato do governador, caso ele renuncie, é Messias de Jesus, que foi indicado ao Tribunal de Contas pelo gestor do estado.

O advogado reforçou que, em caso de cassação, a eleição é direta, independente do tempo restante do mandato, e destacou que no processo de cassação ainda cabem recursos protelatórios.

“Após a publicação no Diário de Justiça Eletrônico, há prazo de três dias para manifestação. Os embargos de declaração podem ser apresentados em até 48 horas. Enquanto não há trânsito em julgado, o governador permanece no cargo. Mas, uma vez encerrada essa fase, a decisão do TSE é irrecorrível e não tem efeito suspensivo. A chance de reverter no STF é mínima”, destacou o advogado.

 

Com informações de Folha BV

Vereador se recusa a ler projeto sobre LGBTs e é condenado por homofobia

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Nenhum direito é absoluto, sendo certo que a finalidade da liberdade de expressão é a de permitir a construção da democracia, e não servir de escudo para a propagação de discursos preconceituosos contra minorias.”

A advertência é da juíza Jade Marguti Cidade, da 1ª Vara de Bertioga (SP), e fundamentou a condenação de um vereador do município pelo crime de homofobia (que teve tipificação equiparada a racismo pelo Supremo Tribunal Federal).

Na condição de segundo secretário da Câmara de Bertioga, o vereador Eduardo Pereira de Abreu (PSD) se recusou a ler projeto de lei de autoria de uma colega, voltado à promoção da cidadania de pessoas LGBTQIA+ no município. “Tá louco, não faz isso comigo não! Dar um projeto LGBT pra mim ler, não, tó, pega aí (sic)”, protestou. Em seguida, ele se retirou do recinto.

O pronunciamento ocorreu na frente de várias pessoas, em 21 de maio de 2024, e consta na gravação da sessão feita pela TV Câmara, que foi juntada aos autos. Para a juíza, não restam dúvidas acerca da veracidade e integridade dessa prova, reforçada pelos depoimentos de testemunhas.

“Evidente que ao proferir tais dizeres o réu expôs publicamente o seu preconceito e discriminação contra a população LGBTQIAPN+”.

A julgadora condenou o réu a dois anos e três meses de reclusão, no regime inicial aberto, pelo crime de racismo (artigo 20 da Lei 7.716/1989), já considerada a causa de aumento da pena quando o delito é cometido por funcionário público no exercício da função (artigo 20-B).

A magistrada também acolheu pedido do Ministério Público para impor ao vereador o pagamento de indenização por dano moral coletivo.

Para a juíza, a quantia de R$ 25 mil é adequada para satisfazer o caráter pedagógico da indenização, considerando as circunstâncias do caso (gravidade, extensão e reprovabilidade social da conduta do réu, além da sua situação econômica). O valor será destinado a fundos ou ações voltados ao enfrentamento à discriminação e/ou promoção à igualdade da população LGBTQIA+. O MP havia pleiteado R$ 50 mil.

Apesar da primariedade do vereador, a magistrada apontou a inviabilidade da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito. Segundo ela, eventual troca seria insuficiente à prevenção e repressão do crime, levando-se em conta que o racismo é inafiançável e imprescritível. Cabe recurso da sentença e o réu disse que apelará ao Tribunal de Justiça de São Paulo.

Homofobia é discurso de ódio

O vereador sustentou que agiu sob o amparo da imunidade parlamentar e negou o dolo de discriminar. Ele afirmou que recusou a leitura por conta da suposta “inconstitucionalidade material” do projeto de lei, e não em razão do seu conteúdo.

Com a ressalva de que a filmagem é clara quanto ao que foi dito e em qual contexto, a juíza disparou: “Tal alegação, respeitada a linha de defesa adotada, subestima o intelecto deste juízo.”

A magistrada destacou que a liberdade de expressão (artigo 5º, inciso IV, da Constituição Federal) e a imunidade parlamentar (artigo 53, caput, da CF) não validam manifestações sem relação com o exercício do mandato e/ou que atentem contra a honra de terceiros, conforme entendimento consolidado do STF.

No caso do “discurso de ódio”, segundo a julgadora, sequer é necessário usar adjetivos pejorativos ou propagar ordens explícitas de atos violentos contra o grupo que se pretende discriminar. “O discurso de ódio pode ser subliminar, velado, sutil, irônico ou dissimulado, e talvez nessa modalidade seja até mais perigoso, porque não fica necessariamente explícito, e revela-se aparentemente mais aceitável socialmente.”

Da Redação, com informações do Conjur
Foto: Divulgação 

Ex-prefeito de Novo Airão é notificado pelo TCE-AM por irregularidades em lixão a céu aberto

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O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) julgou procedente o pedido de representação interposto pela ouvidoria da Secretaria-Geral de Controle Externo (Secex) em desfavor da Prefeitura de Novo Airão por irregularidades acerca do depósito de lixo a céu aberto.

Por unanimidade, o pedido foi aceito, com alegações de que houve persistente omissão na implantação de políticas públicas de resíduos sólidos. O ex-prefeito do município, Roberto Frederico Paes Júnior, deve ser notificado.

A prefeitura do município foi notificada para adotar providências na recuperação e revitalização emergencial da área do lixão da cidade para torná-lo em aterro. Fica para o município a responsabilidade de fornecer informações de saneamento e a atualização do sistema estadual e nacional quanto ao saneamento.

Confira a decisão do TCE-AM:

Ludmila Dias, para o Portal O Poder

Foto: Divulgação

 

‘Não há a menor possibilidade de recuar’, diz Moraes ao Washington Post

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, em entrevista publicada pelo Washington Post nesta segunda-feira, 18, que “não há a menor chance de recuar um milímetro sequer” em suas decisões envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à pressão imposta pelos Estados Unidos, que sancionou o magistrado com base na Lei Magnitsky.

“Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as evidências e quem tiver de ser condenado será condenado. Quem tiver de ser absolvido será absolvido”,Alexandre de Moraes em entrevista ao Washington Post

O ministro do Supremo é relator da ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado após a eleição presidencial de 2022. A manobra, segundo as investigações, garantiria a permanência de Bolsonaro no poder mesmo depois da derrota nas urnas.

Ao todo, a PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou 34 pessoas, das quais 31 tornaram-se réus no STF – entre elas, Bolsonaro e aliados. O julgamento do chamado “Núcleo 1” da denúncia, do qual faz parte o ex-presidente, está agendado para setembro.

Ao periódico norte-americano, Moraes disse que o Brasil foi infectado pela “doença” da autocracia e que seria seu trabalho aplicar a “vacina”.

“Não há chance de recuarmos no que precisa ser feito. Digo isto com completa tranquilidade”, reiterou o ministro da Suprema Corte.

Para embasar seu argumento, Moraes fez um paralelo com os Estados Unidos e relembrou os períodos ditatoriais experimentados pelo Brasil no último século.”Entendo que para a cultura norte-americana é difícil compreender a fragilidade da democracia, porque nunca houve um golpe de Estado lá [nos Estados Unidos]. Porém, o Brasil teve vinte anos de ditadura sob Getúlio Vargas, outros vinte de ditadura militar e inúmeras tentativas de golpe. Quando você é repetidamente atacado por uma doença, você desenvolve anticorpos e busca uma vacina preventiva.”

Em outro momento, o magistrado defendeu a legalidade da ação penal que apura a tentativa de golpe. “Este é um processo legal. Cento e setenta e nove testemunhas já foram ouvidas”, discorreu Moraes.

Questionado pela reportagem do jornal se acumula muito poder no STF, Moraes rejeitou esta percepção. O ministro destacou que seus pares na Corte revisaram mais de 700 ordens proferidas por ele após apelos. “E sabe quantas eu perdi? Nenhuma”, respondeu.

Tarifaço e sanções dos EUA

Na avaliação de Moraes, “falsas narrativas” envenenaram a relação entre Brasil e Estados Unidos. Aqui, ele evidenciou a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem feito coro para que Washington imponha sanções ao Brasil.

“Essas falsas narrativas acabaram envenenando a relação [Brasil-EUA] – falsas narrativas baseadas em desinformação espalhada por essas pessoas nas redes sociais. Então, o que precisamos fazer, e o que o Brasil tem feito, é esclarecer as coisas”, afirmou o magistrado.

Por fim, Moraes refletiu a respeito das restrições aplicadas a ele pelos Estados Unidos fundamentadas na Lei Magnitsky.

“É prazeroso passar por isso? Claro que não”, ponderou o ministro. No entanto, continuou Moraes, o Brasil enfrentou forças que queriam eliminar a democracia e cabia a ele interrompê-las.

“Enquanto houver necessidade, a investigação continuará”, concluiu.

 

Da Redação com informações de CNN Brasil

Foto: Divulgação

 

TCE-AM barra concorrência pública em Rio Preto da Eva por irregularidades

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Por meio de Decisão Monocrática, o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) suspendeu a Concorrência Pública nº 002/2025 da Prefeitura de Rio Preto da Eva e proibiu novos atos desta licitação. O documento foi publicado na edição de 8 de agosto do Diário Oficial da Corte de Contas e direcionado para a prefeita da cidade, Socorro Nogueira.

Denúncias

A Representação com Pedido de Medida Cautelar foi interposta pela Iza Construções e Comércio LTDA em desfavor da Prefeitura de Rio Preto da Eva por inabilitação irregular que contraria a legislação. De acordo com a empresa, ela foi desabilitada do processo por não apresentar validade da apólice de garantia da proposta de preços e por ausência de assinatura digital no seguro-garantia. Porém, ela apresentou duas apólices de seguro que garantem a cobertura do período de validade pretendido no edital.

“Como visto, considera-se formalismo exacerbado a falta de oportunidade de correção até mesmo quando existe divergência de assinaturas ou quando há omissões ou falhas sanáveis em documentações ou na proposta. Desta feita, o caso ora apresentado traz robustos indícios da probabilidade do direito alegado”, escreveu Luís Fabian Pereira Barbosa, conselheiro relator do caso. 

Também foi denunciado que o agente de contratação concedeu somente duas horas para que as empresas arrematantes enviassem seus documentos e propostas ajustadas, enquanto a PR Construções e Terraplanagem Ltda. teve um prazo de 24 horas, ferindo o princípio da isonomia e revelando um direcionamento no certame. 

O conselheiro frisou que o processo precisa de maiores esclarecimentos por parte da prefeitura e, por isso, o suspendeu. Veja:

TCE-Rio Preto da Eva

 

Priscila Rosas, para Portal O Poder 

Foto: Neto Ribeiro/Portal O Poder

Governo delega mais verba a estados e municípios, e obras do PAC atrasam

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O governo federal está repassando um volume recorde de recursos a estados e municípios por meio de convênios — R$ 60,8 bilhões em 2024, 130% mais que em 2023 —, mas esse modelo descentralizado de investimento, central no novo PAC, enfrenta problemas crônicos: atrasos na execução, falta de transparência e risco de desvios.

Especialistas alertam que a pulverização de obras e a dependência de decisões locais dificultam o controle público, enquanto a maioria dos projetos ainda nem foi licitada.

O governo afirma que fez aprimoramentos na transparência e que os entes que não cumprirem com suas obrigações serão excluídos do PAC, evitando desperdício de recursos.

Em 2024, o governo dedicou R$ 60,8 bilhões a convênios com outros entes da federação, um aumento de 130% em relação aos R$ 24 bilhões de 2023, considerando valores reajustados pela inflação.

Um convênio é um instrumento pelo qual o governo federal envia recursos a um estado ou município para que ele execute um projeto. Em alguns casos, são usadas emendas parlamentares para financiar esses contratos.

Uma análise da CGU (Controladoria-Geral da União) sobre o PAC apontou deficiências nesse modelo, criticando a falta de transparência sobre as obras.

Valor recorde

O valor investido em convênios é o maior da série histórica, que começa em 2009. O principal motivo é o PAC, feito de forma descentralizada, sem grandes obras executadas pelo governo federal.

Outro fator são as emendas parlamentares, que privilegiam esse tipo de investimento e também estão em seu auge histórico.

As emendas, porém, não explicam o aumento recente. No ano passado, os convênios com verba de emendas chegaram a R$ 7,5 bilhões, um valor dentro da média para a última década. A maior parte dos instrumentos foi firmada por decisão dos próprios ministérios, com verbas de investimento próprias.

Convênios com estados e municípios

Os ministérios que mais utilizaram convênios são das Cidades, Educação e Saúde, responsáveis por obras de infraestrutura urbana, construção de escolas, creches e unidades de saúde. Juntos, foram R$ 45 bilhões em obras.

São justamente as obras consideradas prioritárias para o Novo PAC, que foi pulverizado nessas pequenas obras. Em junho, o UOL mostrou que apenas 11% das obras do PAC já haviam sido licitadas, apesar de estarem dentro do prazo imposto pelo governo.

Em agosto, esse número continua baixo. Os estados e municípios concluíram as licitações de apenas 16,6% das obras financiadas pelo PAC por convênios.

Convênios do governo

Procurada, a Casa Civil disse que o aumento no valor total dos convênios estava previsto, já que a proposta do PAC atualmente é trabalhar parcerias com estados e municípios.

“O Novo PAC tem o cumprimento do pacto federativo como premissa, fundamentada na interlocução entre o Planalto, os estados e os municípios e no papel do Estado como ente articulador para a promoção, indução, apoio e estímulo às parcerias público-privadas.”

“Para isso, foram previstas três formas para a formação das carteiras de empreendimentos: os indicados pelo Governo Federal, alinhados aos planejamentos estratégicos dos setores; as obras prioritárias selecionadas a partir do diálogo direto com os governadores (…); e o PAC Seleções, por meio do qual os estados e os municípios inscrevem seus projetos.”

Ineficiência e atrasos

Os investimentos costumam enfrentar atrasos, já que seu prazo de execução original é de dois anos em média, e, muitas vezes, estados e municípios demoram meses para conseguir fazer a licitação e dar início às obras e compras.

A demora é de, em média, um ano e meio a mais que o previsto. A maioria dos convênios passa por prorrogações antes de acabar.

Quanto maior o projeto, maior o atraso. Convênios de menos de R$ 1 milhão demoram um ano e meio além do previsto. De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões, o atraso é de três anos, em média. Em 771 convênios, o atraso é maior que dez anos.

Falta de transparência

A CGU apontou em uma nota técnica que “a disponibilidade de informações sobre os investimentos do Novo PAC é, até o momento, insuficiente”.

O órgão de controle criticou a ausência de dados sobre licenciamento ambiental prévio, consultas às populações e comunidades afetadas pelos empreendimentos e a execução física dos projetos.

“Há uma variação muito grande nos padrões de transparência de estado para estado”, diz Guilherme France, gerente de pesquisa de advocacy da Transparência Internacional no Brasil. “Recursos que têm a mesma origem não vão ter a mesma transparência e possibilidade de controle social.”

O modelo de escolha das obras do PAC, através do PAC Seleções, em que governadores elegeram as obras prioritárias sem um critério técnico claro, faz com que haja essa pulverização, que leva à falta de transparência.

A CGU recomendou que o governo federal crie mecanismos para garantir a divulgação pública e periódica de relatórios de monitoramento e gerenciamento dos projetos e investimentos do PAC, entre outras medidas de controle.

Por meio da Casa Civil, o governo federal disse que, mesmo antes da publicação da nota técnica da CGU, já apresentou aprimoramentos nos mecanismos de transparência, e continua trabalhando em conjunto com o órgão de controle para atender às suas exigências.

 

Da Redação com informações de UOL

Foto: Divulgação

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