Durante tribuna popular virtual na Câmara Municipal de Manaus (CMM), na manhã desta quarta-feira, 29, a secretária municipal a Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), Conceição Sampaio, reafirmou a grave crise sanitária por qual atravessa a capital amazonense devido à pandemia do coronavírus e revelou que, até o momento, a Prefeitura de Manaus não recebeu nenhum apoio ou suporte do governo federal, mesmo com os inúmeros pedidos e tentativas de solicitação para o recebimento do benefício para as famílias em situações de vulnerabilidade social.
“Nós estamos numa fase difícil, nós fizemos todo o apelo, inclusive agora há pouco, através da Secretaria Municipal de Saúde oficiamos ao Ministério da Saúde que a assistência tem que ter EPI, a assistência também está na linha de frente. Nós precisamos de apoio, sim, Manaus está pedindo socorro, sim”, disse a secretária.
No debate com os vereadores, Socorro Sampaio abordou questões do isolamento social, do auxílio do Hospital de Campanha municipal Gilberto Novaes no tratamento de pacientes da Covid-19; o S.O.S Funeral, além de ações e projetos de assistência social para a população em decorrência da crise causada pela pandemia.
“A cada dia para nós é um dia novo, a cada momento nós estamos errando, aprendendo, mas nunca desistindo de lutar, nunca desistindo de servir a população. É muito importante que a gente possa mostrar que ficar em casa é a única forma que nós temos, forma segura de evitar que a propagação do vírus continue crescendo de forma exponencial com ela está”, defendeu a secretária.
Socorro disse, ainda, que o prefeito Arthur Neto (PSDB) entregou em mãos ao vice-presidente general Hamilton Mourão (PRTB), quando esteve em Manaus na semana passada, um pedido de cestas básicas, e há cerca de um mês, o governo federal teria feito um pedido em números de quantas famílias seriam beneficiadas com os alimentos, porém, não houve resposta sobre a entrega por parte do governo.
“Todas as informações solicitadas pelo Município de Manaus foram repassadas pela nossa Defesa Civil Municipal, com o apoio do Cadastro Único da Semasc. Nesse aporte que o governo federal poderá ainda fazer, a gente espera que, sim, será 70 mil famílias beneficiadas, isso não andou”, disse Sampaio ao fazer a contagem das famílias que, na última conversa com o prefeito e o vice-presidente foram solicitadas 80 mil cestas básicas, totalizando mais de 100 mil famílias beneficiadas.
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O vereador Chico Preto (DC) sugeriu a secretária que repassasse ao prefeito de Manaus, a sugestão em diminuir os gastos de publicidade e propaganda diante a pandemia da Covid-19, alegando que no mês de março houve um gasto de R$ 20 milhões em marketing digital.
“Eu peço para que o prefeito dê uma pausa, reveja alguns contratos, contratos de aluguéis, de carros, aluguéis de imóveis, de valores e possa realmente reunir a maior quantidade de recurso possível para o enfrentamento da Covid-19”, pontuou o vereador.
Em resposta, sem entrar em detalhes, Socorro frisou a importância do diálogo com vereadores para a contribuição do combate à pandemia no Estado e afirmou que o prefeito está pessoalmente revendo os contratos para que possa investir nas áreas que são realmente importantes nesse momento atual.
A secretária também abordou sobre os questionamentos da população em relação às declarações feitas pelo Sindicato das Funerárias Particulares que poderiam faltas urnas funerárias na cidade de Manaus.
“Em relação ao serviço do SOS o prefeito tem trabalhado muito para salvar vidas, a determinação que nós queríamos dar para os nossos serviços é exatamente fazer o melhor que pudermos para salvar vidas. Agora é importante lembrar que dentro dessa demanda (óbitos) que é crescente, a Prefeitura de Manaus também se preparou para esse momento, para que atenda demanda do SOS”, disse.
Ana Flávia Oliveira, para O Poder
Foto: Reprodução