De janeiro a junho deste ano, o Polo Industrial de Manaus (PIM) produziu 671 mil motocicletas. O número representa uma alta de 18% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) e foram divulgados nesta terça-feira, 12, durante coletiva realizada em Manaus.
“Houve impacto nas linhas de produção. A terceira onda da covid-19 se anunciou e perdemos produção, mas essas perdas ainda não recuperamos em função de uma série de fatores que estamos tomando providências para driblar. Apesar do crescimento, mantemos todos os protocolos nas fábricas”, afirmou o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
As indústrias fazem esforços muito grandes para manter o mercado aquecido e aumentar a produção. “Estamos em um momento de recuperação para a indústria de bicicletas. Por outro lado, o setor de motocicletas tem registrado bons números. Apesar da incerteza por conta da inflação e a complexidade da logística mundial, que complicou com a guerra entre Rússia e Ucrânia, conseguimos avançar”, ressaltou o executivo.
Quanto à produção do segundo semestre, o presidente informou que as indústrias do setor estimam manter os números. Mesmo assim, o cenário pode apresentar dificuldades.
“A demanda está em descompasso com a oferta. Esse cenário pede ajustes na produção. Em junho tivemos as férias coletivas e teremos outra em dezembro, o que pode impactar nos avanços do segundo semestre”, explicou Fermanian ao dizer que este ano já apresentou uma recuperação, após dois anos de pandemia de covid-19.
Para manter o mercado aquecido, caso a pandemia volte a avançar, a Abraciclo tem estratégias. “Até o momento, temos conseguido manter a produção em patamares com mais de 100 mil unidades ao mês. Temos potencial para aumentar a linha de produção e atender a demanda reprimida. No entanto, precisamos seguir os protocolos sanitários para administrar bem o cenário”‘, frisou o presidente da Abraciclo.
Expectativas
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, o faturamento acima de R$ 52 bilhões e a geração de 125 mil empregos tem favorecido o setor de motocicletas e bicicletas. “Tudo isso pode impedir novos ataques do governo federal à Zona Franca de Manaus (ZFM’)”, afirmou o dirigente.
Dentro da política industrial, é possível analisar alguns fatores, como logística. De uma maneira geral, há uma preocupação. Alguns componentes tiveram imposto de importação reduzido. A demanda segue crescente, mas o mercado entendeu a baixa produção da indústria. Estamos adequando produção e demanda. A redução do Imposto sobre os Produtos Industrializados (IPI) pode prejudicar boa parte das indústrias brasileiroas”, comentou o direitor-executivo da Abraciclo, Paulo Takeushi.
Da Redação O Poder
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