A investigação da Operação Garrote, deflagrada na terça-feira, 23, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), gera alerta para os prefeitos do interior do Amazonas. A ação apurou a prática de crimes como direcionamento de licitação, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, envolvendo o prefeito de Borba (a 327 quilômetros de Manaus), Simão Peixoto (PP), e mais dez pessoas entre agentes públicos e parentes do gestor municipal.
Simão Peixoto foi afastado do cargo de prefeito de Borba pelo prazo de 90 e está sendo investigado por suspeita de desvio de R$ 29,2 milhões da prefeitura em licitações. De acordo com o Ministério Público, os procedimentos eram simulados e parte do dinheiro pago às empresas envolvidas no esquema era dividida entre funcionários e parentes do prefeito.
Conforme foi denunciado pelo Portal O Poder, a prática de direcionamento de licitações na administração de Simão Peixoto já havia sido notificada pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), que instaurou inquérito civil por suspeita de improbidade administrativa relativa a irregularidades no Pregão Eletrônico nº 029/2021 para aquisição de insumos e produtos para a saúde (químico-cirúrgico) no valor global de R$ 4.368.539,00, com a contratação de oito empresas para fornecimento dos itens solicitados.
AAM
O Portal O Poder entrou em contato com o presidente da Associação Amazonense de Municípios (AAM), prefeito de Rio Preto da Eva, Anderson Souza (PP – mesmo partido do prefeito de Borba), para saber a opinião sobre o caso de suspeita de lavagem de dinheiro, direcionamento de licitação e corrupção ativa e passiva por parte do prefeito de Borba. O dirigente informou apenas que, até o momento, os advogados da entidade não tiveram acesso ao processo.
Augusto Costa, para O Poder
Ilustração: Neto Ribeiro