Conforme o Painel El Niño 2023-2024 da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a manifestação do fenômeno deve permanecer no país até abril e a intensidade será forte pelos próximos três meses, ou seja, até maio. A previsão também indica o predomínio de condições mais secas que o normal. O estudo ainda indica a formação do fenômeno La Niña para o segundo semestre. Ela é o contrário do El Niño e é caracterizada por bastante chuva na região.
A mudança climática causada pelo El Niño pode gerar impacto nas Eleições municipais de 2024, principalmente no interior do estado. Em outubro, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) explicou para o Portal O Poder que o processo torna-se mais caro, não somente para o Poder Judiciário mas também para os candidatos, porque a estiagem severa isola comunidades. Porém, a assessoria do Tribunal garantiu que todos os eleitores irão ter seu direito a voto garantido e que o TRE-AM trabalha com a possibilidade de um cenário pior do que foi visto em 2023.
“Não prejudica o pleito, mas o torna mais caro. O TRE-AM já tem expertise para lidar com essas situações. Uma vazante mais extrema mudaria o número de comunidades a se atender dessa forma”, respondeu a assessoria do órgão à reportagem, destacando que o número de comunidades alcançadas por hidroaviões ou helicópteros podem aumentar por causa do isolamento causado pela estiagem.
Desse mesmo modo, os candidatos e partidos terão que lidar com a possibilidade de que uma seca severa possa encarecer suas campanhas, pelo mesmo motivo: possível isolamento de comunidades e aumento nas distâncias percorridas.
Segundo dados e estudos feitos em relação aos fenômenos climáticos, a possibilidade de que o Amazonas passe por uma nova estiagem severa é real. No último boletim do Governo, divulgado na última sexta-feira, 9, todos os 62 municípios continuam em situação de emergência e as calhas continuam sendo monitoradas. Ainda de acordo com a Defesa Civil, o estado tem 637 mil pessoas afetadas até o momento pela seca severa, ou seja, 159 mil famílias.
Priscila Rosas, para Portal O Poder
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