O governador do Pará, Helder Barbalho, está há 4 meses e vinte dias descumprindo uma ordem da Justiça Federal que determinava a publicação de um vídeo feito por indígenas nas redes sociais dele, como forma de retratação.
O caso ocorreu em janeiro, quando diversas etnias ocuparam a sede da Secretaria da Educação, em Belém, para protestar contra a lei estadual que abria caminho para a implementação de ensino à distância nas aldeias.
Sem conseguir avançar nas negociações para desocupação do prédio, Helder disse em suas redes sociais que o protesto se baseava em desinformação e alegou que o governo jamais cogitou levar educação às aldeias.
O grupo que protestava possuía um documento, emitido pela própria Secretaria da Educação em 2024, que confirmava a previsão dessa modalidade para uma terra indígena no Pará. A juíza Maria Carolina do Carmo considerou que o protesto indígena não se baseou em desinformação e mandou Helder retirar a publicação.
A juíza determinou que a postagem fosse apagada, o pedido foi atendido, e concedeu o direito de resposta aos indígenas da etnia Arapiun, que gravaram um vídeo para ser publicado nas contas de Barbalho, que possui 946 mil seguidores no Instagram e 603 mil no Facebook. Até hoje, o vídeo de resposta não foi publicado.
Em uma petição, os advogados do governador alegaram que o direito de resposta traria “graves prejuízos à imagem” de Helder, “especialmente” durante os preparativos para A COP 30, deixando claro que a única preocupação de Barbalho é com a repercussão ruim em relação à sua gestão.
Com informações de Jota