Os vereadores da base do prefeito David Almeida (Avante) e a oposição voltaram a discutir na votação de um dos Projetos de Lei (PL) do Executivo Municipal na Sessão Ordinária desta quarta-feira, 8. As “alfinetadas” continuam sendo sobre o transporte público municipal.
Ao explicar a matéria do PL, o líder do prefeito, Marcelo Serafim (Avante), chamou de “maldosas” algumas críticas feitas pelos vereadores. Depois, Amom Mandel (Cidadania) observou que a redação da proposta poderia causar dúvidas quanto ao tempo de permissão de circulação de veículos na capital.
“Eu falo pedindo respeito do nobre colega. Nenhum vereador usa o microfone para falar mentiras. Ele, que fala tanto em respeito, tem que respeitar os outros. Eu desafio a vir aqui na minha bancada onde está, a não ser nessa sua mente que só pensa em distribuir para a sociedade informações falsas, no projeto que os ônibus vão ter 20 anos”, desafiou Serafim.
Logo após a fala, o parlamentar disse que Amom Mandel precisa “repor a verdade” e que ele “joga a sociedade contra o plenário de forma desonesta”. “Tente ser mais decente e mais honesto com seus pares. Não estou citando Vossa Excelência nominalmente, portanto, não me venha pedir direito de resposta. A resposta tem que ser feita aqui. Pare com isso, vereador. Vossa Excelência tem que ser mais honesto e mais decente com os vossos pares. Nós todos, aqui, estamos fazendo nosso trabalho. Uns de um lado, outros de outro. Mas sempre tentando fazer o melhor para a cidade de Manaus”, disse Serafim.
Rodrigo Guedes (Republicanos) disse que a quantidade de tempo foi citada pela própria base. O parlamentar também observou sobre a redação do PL, exposta previamente por Mandel.
“Venho aqui exercer o meu direito de esclarecer as opiniões atribuídas a mim covardemente, de vereadores que olharam para mim e se referiram a mim, mas, com o artifício regimental, impediram que eu exercesse meu direito de resposta”, criticou Amom Mandel.
Depois, ele respondeu o desafio de Marcelo Serafim. “Se eu fosse me referir a outras pessoas que mentem neste Parlamento, muitas vezes isso acontece, da forma como Vossa Excelência se referiu a mim, eu precisaria me referir todos os dias, inclusive quanto a Vossa Excelência. Me respeite, não acuse injustamente e Vossa Excelência sabe que o que estou falando aqui está dito na Lei”, retrucou.
Após a fala, o presidente da Sessão, Wallace Oliveira (Pros) pediu a retirada da palavra “covarde” e relembrou o caso que aconteceu com Sassá da Construção Civil (PT) nessa terça-feira, 7.
Outro parlamentar que “entrou na briga” foi Bessa (SD). Sem citar nomes, o vereador chamou a oposição formada por Guedes e Mandel de mentirosa. “Falar que serão 20 anos é mentira, como outra mentira foi a do Cosip. São os mesmos mentirosos. Cada um é responsável pelo que diz”, concluiu.
Para a fala de Bessa, Oliveira não pediu a retirada de termos da Ata da Sessão.
Outros desentendimentos
Outro desentendimento aconteceu entre Amom Mandel e o presidente da Sessão, Wallace Oliveira. Segundo Mandel, Oliveira não lhe deu a Questão de Ordem no tempo correto, deixando outros vereadores à frente na ordem dos discursos da votação.
“Presidente, com base no Artigo 176, eu gostaria de questionar qual é o artigo do Regimento que Vossa Excelência está fundamentando para prever o que vou falar? Por que Vossa Excelência não está me dando o direito a questão de ordem, ainda agora?”, questionou Mandel.
“Porque, primeiro, nós não citamos o seu nome. Está registrado e já tenho o vídeo. Depois, não é pelo fato de o senhor pedir uma questão de ordem que lhe dá a prioridade imediata de falar. Existem pessoas que acenderam seu microfone antes de sua ‘pela ordem’ e eu fiz sua citação. O senhor que depois fez o pedido de questão de ordem. Eu não poderia adivinhar que Vossa Excelência iria fazer o pedido de questão de ordem”, explicou Oliveira.
O presidente da Sessão também disse que o Regimento Interno dá a prerrogativa imediata de fala. Mandel rebateu que não tem como Oliveira saber se a questão de ordem é um direito de resposta ou não e categorizou o episódio como “uma lástima”.
Priscila Rosas, para Portal O Poder
Foto: Robervaldo Rocha/CMM