Na sessão desta segunda-feira, 28, da Câmara Municipal de Manaus (CMM), o vereador Hiram Nicolau (PSD) lamentou a morte do enfermeiro Gilberto Pinheiro da Silva, na madrugada deste domingo, 27, vítima do novo coronavírus.
No entanto, durante o seus pêsames, o parlamentar fez uma denúncia informando que o corpo do profissional de saúde desapareceu das dependências do Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Delphina Aziz.
“O Hospital Delphina Aziz consegue perder o corpo do enfermeiro Gilberto. O corpo do morto simplesmente não está sendo encontrado dentro do Hospital Delphina Aziz”, disse o vereador.
À ocasião, o parlamentar fez questão demonstrar incômodo em relação ao protocolo imposto pelo governo do Estado no que envolve não só a população manauara como também, especificamente, os profissionais de saúde.
“Mais uma morte do protocolo da morte, um protocolo assassino que o governo do Estado impõe a população de Manaus e aos profissionais que trabalham com Saúde durante essa pandemia”, destacou.
Além disso, foi confirmado por Nicolau que o governo, através da Secretaria de Estado de Saúde (SES), não soube emitir um comunicado para dar explicações plausíveis sobre o ocorrido.
“Onde vamos parar?”, indagou. “Eu faço essa denúncia e eu peço que cheguem as autoridades competentes: ao Ministério Público, ao Conselho de Medicina, enfim, para que sua família tenha a despedida digna”, apelou o parlamentar para que o HPS encontre o corpo e dê explicações sobre o caso.
Nota
A reportagem de O Poder entrou em contato com a assessoria da SES para saber mais sobre ocorrido e quais procedimentos estão sendo adotados para solucionar o caso. Por meio de nota, foi anunciada a abertura de uma sindicância para investigar o Instituto Nacional de Desenvolvimento Humano (INDSH), responsável pela administração da unidade.
Sobre o suposto desaparecimento, foi constatado uma “troca” nos corpos de dois pacientes, ainda na madrugada de ontem, em razão dos nomes das vítimas que são semelhantes.
“A troca ocorreu no momento da liberação dos corpos para o serviço funerário, por se tratarem de pessoas com o mesmo nome. A direção do INDSH também informou que já está resolvendo a questão junto às famílias envolvidas e que irá abrir sindicância interna para apurar o caso”, explica o comunicado.
O caso também será acompanhado com a Secretaria Executiva de Controle Interno.
“A SES-AM ressalta que não aceita esse tipo de falha, se desculpa pelo terrível equívoco e reforça que dará todo apoio necessário às famílias para reparar o transtorno causado neste momento de dor”, finaliza a nota.
Ana Flávia Oliveira, para O Poder
Foto: Rebeca Beatriz