A nova redução de 35% sobre as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e que prejudica a Zona Franca de Manaus (ZFM) virou assunto principal do Grande Expediente desta terça-feira, 2, da Câmara Municipal de Manaus (CMM).
“A insegurança jurídica já é muito grande nos investidores e projetos vão deixar de vir para Manaus. Nós precisamos de uma posição enérgica. A situação é grave e estamos pendurados por uma decisão”, comentou o presidente da Comissão de Finanças, Economia e Orçamento da Casa Legislativa, Lissandro Breval (Avante).
“A pergunta que fica é se vamos ter que ir para Brasília (DF) ajoelhar em frente ao Palácio e pedir ‘pelo amor de Deus, não acabem com nossos empregos no Amazonas e em Manaus’. Meu questionamento é ter que ir com ‘pires na mão’ dizer que emprego e desenvolvimento da Amazônia não têm relação com vingança política”, criticou.
O vereador Sassá da Construção Civil (PT) relembrou algumas polêmicas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ministro da Economia, Paulo Guedes, em seu discurso. Não faltaram críticas ao gestor federal.
“Como é que um governo em que seus ministros erram e saem, o Paulo Guedes não sai? Como um cidadão desse fala que gosta do povo do Amazonas? Eu não aceito isso. A política é feita para quem luta pelo nosso Estado. Tem gente aqui que está tão fanático que mesmo o ‘cara’ estando errado, ele está certo. Esse governo deve ‘pegar o beco’ porque não tem mais condição”, disse o petista.
“Nenhum empresário vai colocar um centavo em algo em que ele não tem garantia. Mais uma vez foi uma canetada em uma sexta-feira. algo que ninguém entende. Mais uma vez nosso polo é atacado. Quando temos a quarta maior taxa de desemprego do Brasil, está aí o motivo, porque as indústrias se retraem. No momento em que se deixa de investir, afeta o comércio, terceirizadas de serviços, por exemplo. Não existe Amazonas versus Brasil. Aqui é parte estratégica do nosso país”, discursou Rodrigo Guedes.
Para o parlamentar, se o governo federal implementar uma nova matriz econômica, deve ser feito de maneira gradual, não de forma abrupta. Guedes também elogiou os posicionamentos a favor da ZFM feitos pelos parlamentares.
“Um programa político tem coisas boas e ruins. Eu espero que isso não seja transformado num palanque de horrores. Se é um atentado à Zona Franca de Manaus, os senadores e deputados federais podem pedir explicações ao ministro da Economia”, comentou o vereador bolsonarista Marcel Alexandre (Avante).
Outros vereadores como Raulzinho (PSDB), Amom Mandel (Cidadania), William Alemão (Cidadania), Caio André (PSC) e Elan Alencar (Pros) se posicionaram contra o decreto.
Priscila Rosas, para Portal O Poder
Foto: Robervaldo Rocha/CMM