novembro 24, 2025 02:56
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Governador Wilson Lima fez a entrega de 103 títulos definitivos para comunidades da zona rural de Parintins

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O governador Wilson Lima (União Brasil) garantiu nesta segunda-feira, 16, segurança jurídica, direito à herança legal e acesso a crédito para construção, reforma ou ampliação do imóvel, a vida de mais de 100 famílias de comunidades rurais do município de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), que receberam, os títulos definitivos de propriedade das mãos do governador. A solenidade aconteceu na quadra da Escola Estadual da comunidade de Caburi.

A ação faz parte do programa Amazonas Meu Lar, o maior programa habitacional do Estado, e beneficiou famílias das comunidades do Buiuçu, Palhal, Santo Antônio de Panauaru e Renascer/Arrepiado.

Com essa ação em Caburi, o Governo do Amazonas alcança a marca de 4.603 títulos definitivos de propriedade entregues durante a gestão do governador Wilson Lima, atendendo moradores da capital e do interior do estado.

A agricultora Rosa da Silva Araújo, 43, esperava por esse benefício há mais de 20 anos. Agora, ela afirma que vai conseguir trabalhar com a agricultura na sua terra.

“Faz mais de 20 anos que estou esperando, porque era uma coisa difícil para a gente conseguir ter esse documento; foi uma luta muito grande, mas agradeço muito a Deus. Agora vou poder plantar e colher”.

O agricultor Raimundo Batista, 63, também expressou a alegria em receber o seu título definitivo. “Eu me sinto feliz porque eu esperava era isso. Graças a Deus eu tive essa oportunidade. Eu vou poder cultivar o terreno para ter o valor. Foi muito importante para nós da comunidade”.

A ação foi realizada pela Secretaria de Estado das Cidades e Territórios (Sect) e faz parte da continuação dos processos de regularização fundiária no município, conforme determinação do governador Wilson Lima, que assumiu esse compromisso com a população do município.

“O programa de regularização fundiária pelo interior do estado tem um papel fundamental na questão da segurança para a habitação e para poderem conseguir créditos para financiamentos na área do setor de produção rural e, principalmente, na questão do direito de herança. Estamos entregando o título com o registro e esse é o maior ganho”, disse a secretária da Sect, Renata Queiroz.

Da Redação, com informações Secom

Foto: Diulgação

 

 

 

 

 

 

‘Cadeirada’ ganha grande repercussão e gera onda de memes

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A agressão de José Luiz Datena (PSDB) a Pablo Marçal (PRTB) no último domingo, 15, com uma cadeira ganhou repercussão nacional e até internacional. Ambos concorrem à Prefeitura de São Paulo, a maior metrópole do Brasil. 

Apesar dos memes que dominaram a internet, a preocupação com o bem-estar dos candidatos bem como em manter um diálogo respeitoso continua. A Rede TV parafusou cadeiras para o debate que acontece nesta terça-feira, 17. A torcida é que cenas como essa não se repitam em outros debates realizados pelo país.

 

Da Redação

Justiça proíbe candidatos de Nhamundá de distribuir bebidas alcoólicas à população

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Baseado em provas físicas (fotos e vídeos) apresentadas pela Promotoria da 43ª Zona Eleitoral, a Justiça concedeu medida liminar proibindo os candidatos à Prefeitura de Nhamundá, Raimunda Marina Brito Pandolfo e Antônio Magalhães Tavares Neto, da coligação “Unidos por uma Nhamundá Cada vez Melhor” (Republicanos, PP, PODE, União e Solidariedade), e os correligionários deles de distribuírem bebidas alcoólicas, sob pena de multa pelo descumprimento.

Na Representação por Captação Ilícita de Sufrágio com Tutela Inibitória, assinada pela promotora eleitoral Ana Carolina Arruda Vasconcelos, o Ministério Público Eleitoral narrou a ampla distribuição de bebidas alcoólicas aos eleitores, entre eles adolescentes, com o propósito de atraí-los para os eventos de campanha e captar seu voto, violando o equilíbrio de oportunidades entre os concorrentes da disputa eleitoral.

Para o juiz eleitoral Marcelo Oliveira, a conduta praticada desequilibra a ordem social e o pleito. “Considerando que a campanha eleitoral está em curso e que a repetição dessas condutas possui a potencialidade de influir no ânimo dos eleitores, as mesmas devem ser imediatamente inibidas, preservando a ordem social dos eventos eleitorais e equilibrando o processo eleitoral”, afirmou, um trecho da sentença. 

Em sua decisão, proferida no último dia 12 de setembro, o magistrado proibiu os candidatos e os correligionários de distribuírem bebidas alcoólicas, seja em embalagens comerciais (ex: latas, garrafas etc..), outras formas de consumo (ex: dindin, flau etc.) ou misturadas a outras substâncias.

Multas serão encaminhadas ao Fundo Partidário

Na mesma decisão, o juiz eleitoral fixou uma multa de R$ 5 mil por ocorrência, a qual recairá sobre os candidatos diretamente, ainda que a desobediência tenha sido praticada por cabos eleitorais, infringindo o artigo 39, §3º, da Lei nº 9.504/97 – Lei das Eleições.

O valor em multa a ser recolhido, segundo a decisão, será encaminhado ao Fundo Partidário, sem prejuízo da apuração de crime de desobediência (artigo 347 da Lei nº 4.737/65).

“O Ministério Público Eleitoral entende que a medida é essencial para preservar a regularidade do processo eleitoral, ao fazer cessar a prática ilícita e contribuir para um ambiente seguro e controlado, incentivando que os eleitores exerçam o direito de voto de maneira consciente, livre de influências externas que possam prejudicar a lisura do processo e comprometer a própria segurança em eventos de campanha política”, comentou a promotora Ana Carolina Arruda Vasconcelos.

Fake News  

A decisão judicial não proibiu a venda de bebida alcoólica na cidade, nem o seu consumo pela população de Nhamundá em contexto particular, ao contrário do que tem sido divulgado falsamente no município.

Polícia

O caso de distribuição de bebidas a adolescentes, ocorrido no final do mês de agosto, foi encaminhado à Polícia Civil pela Promotoria de Nhamundá, para que fosse investigada a prática do crime previsto no artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente  (ECA, Lei nº 8.069/90).

 

Da Redação com informações de MPAM 

Foto: Divulgação

Autazes pagará quase R$ 1 milhão em iluminação de estádio

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O prefeito de Autazes (a 111 quilômetros de Manaus), Andreson Cavalcante, vai pagar R$ 972,2 mil em um contrato para “execução de projeto de melhoramento com implantação de iluminação estilo desportiva em estádio”. O Despacho de Homologação Pregão Presencial nº 05/2024 foi publicado na edição desta terça-feira, 17, do diário oficial da Associação Amazonense de Municípios (AAM). 

Veja:

 

Priscila Rosas, para Portal O Poder

Foto: Divulgação

Veja o projeto bilionário que pretende tirar Amazonas e Roraima do isolamento

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O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por meio de relatório, detalha como a BR-319, em específico o trecho do meio, entre os quilômetros 250,7 e 656,4, tiraria Amazonas e Roraima do isolamento. A obra deve custar, aproximadamente, R$ 1,4 bilhão, com os custos de engenharia, estudos ambientais e as compensações ambientais já inclusas.

O DNIT contratou a Engespro Engenharia LTDA para realizar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), já que o fator ambiental é a principal preocupação para as autoridades. No relatório, o órgão destaca que a trafegabilidade na BR-319 só é possível no chamado “verão amazônico”, entre os meses de junho e outubro. A quantidade de chuva é menor, reduzindo o risco de atoleiros, tendo em vista as péssimas condições da rodovia.

A tentativa do DNIT é mostrar que a pavimentação da BR seria uma solução em períodos de estiagem severa, pois os alimentos, mercadorias e passageiros teriam maior segurança  e redução no tempo do transporte pela rodovia. O projeto promete gerar 1.250 empregos diretos nas obras da rodovia, com duração de 48 meses de construção.

Preocupações com o meio ambiente

No projeto estão previstas 243 passagens de faunas, possibilitando o trânsito dos animais sem causar acidentes ou atropelamentos. Também vai contar com 49 passagens aéreas, para uma travessia segura. O Dnit afirma que a rodovia é pensada para que os animais da região continuem protegidos.

Esse projeto foi novamente apresentado por conta do efeito suspensivo sobre a reconstrução desse trecho. O desembargador Flávio Jardim, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), é quem avaliará o pedido do DNIT.

 

 

Ludmila Dias, para portal O Poder

Foto: Divulgação

David, Renato e Dulce Almeida recebem alerta do TRE-AM por condutas vedadas

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O Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) emitiu um alerta para o prefeito de Manaus e candidato à reeleição David Almeida, por conduta vedada. A medida também é válida para o vice na chapa do gestor, Renato Júnior, e para a secretária municipal de Educação, Dulce Almeida.

O documento do tribunal é referente à Representação Especial proposta pela Coligação “Manaus Merece Mais” (UB, PP, Republicanos, Pode, PSB, PRD e PMB). A secretária municipal de Comunicação, Camila Batista da Silva, também está na lista.

De acordo com a coligação, há prática de conduta vedada tipificada no art. 73, inciso VI, “b” da Lei nº 9.504/97, na medida em que mantém propaganda institucional, na forma de mosaico e conjuntos de cores identificadores da gestão do candidato à reeleição aplicados a bens e equipamentos públicos. Os itens deverão ser removidos de todos os bens e equipamentos públicos do Município de Manaus em até dez dias.

A decisão é do juiz eleitoral Rafael Rodrigo da Silva Raposo.

 

 

 

Da Redação

Ilustração: Neto Ribeiro

Em Parintins, Bi Garcia investe ‘trocado’ em água

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Após o governador Wilson Lima assinar ordem de serviço para o início das obras do Programa de Saneamento Integrado (Prosai), em Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), o prefeito Bi Garcia disse que comprou kits para resolver a situação no município. O investimento municipal foi de R$ 145 mil.

Conforme documento publicado no Diário Oficial dos Municípios do Amazonas, o contrato da Prefeitura de Parintins foi firmado com a Hidrocenter Comércio de Piscinas LTDA. O serviço será executado pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos.

Pelo acordo, serão feitos serviços de saneamento básico na zona urbana de Parintins. O contrato é datado de 12 de setembro deste ano.

Já a obra do governo do Estado em Parintins será feita com recursos da contrapartida estadual, enquanto não acontece a assinatura do contrato de financiamento com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Apenas em saneamento, o investimento do Governo do Amazonas será de R$ 119 milhões e, ao todo, deve passar dos R$ 400 milhões.

 

 

Da Redação

TRE indefere quase 8% das candidaturas no Amazonas

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O prazo para partidos, federações e coligações pedirem substituição de candidatura encerrou ontem, 16. O período serviu para possibilitar a substituição de candidatos para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador.

No Amazonas, 8.103 candidaturas foram julgadas, mas apenas 92,25% tiveram o deferimento, com 7.477 concorrentes aptos para as eleições municipais. Os registros indeferidos neste pleito foram de, aproximadamente, 7,75%, representando 626 nomes.

Candidaturas indeferidas em prazo recursal ou com recursos, como foi o caso de Wanderlan Sampaio, em Autazes, que teve sua candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), foram 260, o equivalente a 3,21% dos candidatos inscritos. Candidaturas indeferidas foram 138, representando 1,7% dos solicitantes.

O motivo dos indeferimentos é variado. No topo está a ausência de quitação eleitoral, que é a prestação de contas dos candidatos que concorreram na eleição passada, mas que, por algum motivo, não regularizaram as contas. Ao todo, foram 149, representando 33,04% das contas julgadas.

A ausência de condição de elegibilidade fica em segundo lugar, com 134 candidatos. O desatendimento ao requisito formal tem 17,96%, com 81 candidatos ao todo. Já os casos de inelegibilidade infraconstitucional ficam com 8,65%, totalizando 39 candidatos.

Houve 161 renúncias, 41 candidaturas estão pendentes de julgamento, 26 foram deferidas com recurso e duas aguardam julgamento. Esses dados são disponibilizados no Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

 

Ludmila Dias, para portal O Poder

Imagens: Divulgação

Inquérito do MPF vai apurar ausência de transporte escolar em comunidade de Autazes

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O Ministério Público Federal (MPF) instaurou Inquérito Civil para apurar Representação formulada por Sandoval Fernando Cardoso de Freitas. O objetivo é apurar a ausência de transporte escolar aos ribeirinho da comunidade Nova Esperança, em Autazes.

O órgão ministerial levou em consideração que os indígenas têm direito à educação. Também são reconhecidos organização social, costumes, crenças e tradições.

As informações sobre a ausência do transporte escolar deverão ser identificadas para apuração.

 

 

Da Redação

Amazonas Energia põe desculpa no ‘gato’ para dívida impagável

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O comando da Amazonas Energia (AmE) resolveu falar. A distribuidora de energia elétrica do Estado mais extenso do Brasil corre contra o tempo para finalizar um conturbado processo de troca de dono e de relação com a Eletrobras. Com uma dívida impagável e o maior índice de furto de energia – o famoso “gato” – do país, Márcio Zimmermann, CEO da AmE, abriu o jogo sobre as dificuldades vividas pelo Grupo Oliveira Energia, que assumiu o controle da distribuidora em 2019.

Zimmermann, que já foi ministro de Minas e Energia no finzinho do governo Lula II, diz que o Grupo Oliveira recebeu a empresa com uma dívida muito maior que o esperado, além de ter que enfrentar uma cultura enraizada de furto de energia, que hoje compromete mais de 40% da receita anual. A sucessão de problemas obrigou o atual comando da Amazonas Energia a realizar um processo para vender a empresa pelo valor simbólico de R$ 1. 

Hoje, a única candidata para assumir o negócio é a Âmbar Energia, da J&F Investimentos, a holding da família Batista, dona da JBS. “Estamos em um processo que a gente espera que termine nas próximas semanas”, diz Zimmermann.

Na sexta-feira, 13, acaba a consulta pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre a proposta da Âmbar para assumir a empresa, e no dia 12 de outubro vence o prazo de uma controversa medida provisória que prorrogou benefícios regulatórios concedidos à Amazonas Energia para o próximo dono (contaremos isso mais adiante).

A venda da AmE é um processo que remonta há quase um ano, quando o Oliveira Energia comunicou à Aneel que buscaria um novo dono para a distribuidora. O objetivo era encontrar alguém que pudesse equacionar uma dívida de quase R$ 10 bilhões com a Eletrobras – e que não para de crescer – e que aceitasse ficar com uma operação vem acumulando seguidos prejuízos.

O aperto financeiro levou a Amazonas Energia a ter dificuldades de quitar suas obrigações regulatórias, o que é proibido por lei. Além disso, desde setembro de 2022 a Aneel vem relatando problemas na AmE. Recentemente, por exemplo, regiões do Amazonas tiveram apagões, o que gerou manifestações da população contra a empresa.

Diante dos problemas, um grupo de trabalho da Aneel listou em fevereiro três alternativas para salvar a empresa:

  • o vencimento antecipado da concessão, com o governo federal assumindo a empresa e reembolsando o Oliveira Energia pelos investimentos feitos;
  • que a União interviesse e pagasse para alguma companhia assumir a AmE até encontrar um novo comprador ou
  • que a Oliveira Energia achasse um comprador.

Neste momento, o que está valendo a última alternativa. Zimmermann diz que a Amazonas Energia chegou a conversar com mais de 10 interessados. Além da Âmbar, que efetivou uma proposta, BTG Pactual e Green Energy foram outros players que chegaram a avançar nas conversas, mas as duas acabaram saindo do páreo.

O peso do ‘gato’

O Amazonas é o Estado com o maior índice das chamadas perdas não-técnicas, o “gato”. Em volume furtado, o líder é o Rio de Janeiro, que tem a Light – empresa em recuperação judicial com dívidas de R$ 11 bilhões – como o maior exemplo. Mas a Amazonas Energia é líder em relação ao percentual de receita comprometida com os “gatos”: 42%, segundo Zimmermann. Na Light, esse índice é de 17,5%.

Em cifras, a Light teve prejuízo de R$ 874,5 milhões com os “gatos” em 2023, segundo a Aneel; a Amazonas Energia, R$ 646,1 milhões.

“É uma sangria de quase R$ 700 milhões por ano. Imagina o quanto pesa para uma empresa que precisa quitar R$ 1,2 bilhão por ano em parcelas [de financiamentos]”, afirma o CEO. A situação é ainda mais grave porque um dos principais devedores é o governo estadual, segundo Zimmermann, com dívidas que ultrapassam os R$ 600 milhões. Procurado pelo InvestNews, o governo do Amazonas não se manifestou.

As perdas com “gatos” não são uma tendência recente. Em relatório, a Aneel informa que pelo menos desde 2001, quando a Eletrobras assumiu a concessão, a distribuidora enfrenta dificuldades para lidar com os “gatos”.

“A operação da Amazonas Energia foi deficitária durante todo o período da concessão, com geração de caixa insuficiente para arcar com os gastos da atividade”, informa a Aneel, apontando as perdas não-técnicas como principal causa. “A operação foi viabilizada, regra geral, por meio de recorrentes aportes da Eletrobras.”

Zimmermann, CEO da AmE, que conhece esses problemas desde os tempos em que presidiu o conselho da Eletrobras na década passada, diz que os “gatos” de energia se tornaram uma questão cultural no Amazonas.

Hoje, 13,8% do valor da conta de luz do Amazonas é para ajudar a cobrir o prejuízo com os “gatos” – o mais alto índice do país.

Para viabilizar a venda da Amazonas Energia para o Grupo Oliveira, a Aneel desenhou em 2016 um fluxo de reembolsos para a distribuidora até 2025 de forma a amenizar os prejuízos causados pelo furto de energia. Não foi o suficiente.

Dívida impagável

A Aneel considera a situação financeira da Amazonas Energia insustentável. A degradação da dívida, relata Zimmermann, começou já na chegada do Oliveira Energia ao negócio. O Grupo diz que a União descumpriu uma cláusula do leilão, a de garantia que o valor do patrimônio líquido da empresa (“equity”) seria zero no momento da transferência do controle.

Para entender a lógica: a Eletrobras assumiu R$ 8,9 bilhões em dívidas da Amazonas Energia, concentradas em geradoras da própria Eletrobras. Isso deixou a empresa “limpa” para o mercado. Porém, uma divergência de interpretações sobre o processo fez com que o Grupo Oliveira Energia assumisse a empresa com uma dívida de R$ 3,3 bilhões em valores de hoje.

A divergência está na data em que o patrimônio líquido seria zerado. Para o Oliveira Energia, a cláusula deveria valer a partir de abril de 2019, quando o grupo assumiu a AmE. Para a União, o patrimônio líquido zero seria baseado no balanço de empresa de junho de 2017, com as dívidas a partir dali já contando para o novo controlador. 

“De repente, você tem uma dívida impagável e ninguém sabia disso. Foi um problema de largada”, afirma Márcio Zimmermann. O caso está sendo tratado na Justiça Federal.

Subsídios

Além da dívida e do alto índice de “gatos”, Zimmermann e a Aneel indicam mais um desequilíbrio na AmE: a sobrecontratação de energia, ou compra de energia além do necessário, decorrente do período em que o Amazonas era parte do sistema isolado de energia.

No passado, sem ter o backup do Sistema Interligado Nacional (SIN) em caso de falha de alguma usina, a Amazonas Energia fechou contratos de compra de energia acima do necessário – uma gordura para eventualidades. O relatório da Aneel diz que a Amazonas Energia contrata 40% a mais do que a sua necessidade. 

O tema é intrincado. Até 2026, o pagamento dessa energia extra será feito pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), um fundo do setor elétrico para distribuidoras que possuem contratos com termelétricas e que é constituído por um percentual do valor da conta de luz. A CCC, por sua vez, faz parte de um fundo maior: a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) – atualmente, 13,6% do valor da conta de luz do país é destinado à CDE.

A Amazonas Energia é a que mais recebe repasses do CDE: R$ 3,13 bilhões em subsídios este ano. No ano passado, o valor superou os R$ 6 bilhões.

Com o prazo dos subsídios da CCC acabando, a Aneel chegou a recomendar em fevereiro alguma “medida legislativa” para garantir que essa energia extra comprada pela Amazonas Energia continue a receber subsídios como forma de dar equilíbrio financeiro para a concessão. Caso contrário, diz a Aneel, “os valores de sobrecontratação involuntária serão repassados às tarifas dos consumidores da área de concessão [Amazonas], em um total de R$ 4,49 bilhões.”

Foi daí que surgiu a polêmica Medida Provisória 1.232.

A Medida Provisória

Em 12 de junho, o governo federal publicou a MP 1.232 com “o objetivo de assegurar o reequilíbrio econômico-financeiro” da Amazonas Energia. O pagamento de subsídios foi prorrogado por 15 anos (o total de três ciclos tarifários) para que a Amazonas Energia quite seus fornecedores de energia – e isso só vale com a troca de dono da empresa.

Como o texto pressupõe que a Amazonas Energia terá um novo dono, o beneficiário do rearranjo será quem comprar a AmE. No caso a Âmbar Energia, única interessada. 

O interesse da Âmbar pela Amazonas Energia se tornou público em 10 de junho, quando a empresa dos Batista fechou a compra de 12 termelétricas da Eletrobras, 11 no Amazonas e uma no Rio de Janeiro, por R$ 4,7 bilhões, deixando para trás um consórcio formado por Eneva e BTG e outro da catarinense Diamante Energia em conjunto com um fundo de investimento árabe.

A maior parte das usinas vendidas aos Batista é dona da dívida da Amazonas Energia. Sem a troca do controle da AmE, quem fica com os créditos a receber é a Eletrobras. Mas o contrato entre Âmbar e Eletrobras prevê que, se a empresa da J&F se tornar a controladora da AmE, o crédito a receber é cedido para a Âmbar. Na prática, se a Âmbar assumir a Amazonas Energia, passa a ser credora dela mesmo, absorvendo a dívida e “limpando” o balanço da Amazonas Energia.

O acordo entre Âmbar e Eletrobras em data tão próxima à da edição da Medida Provisória levou a questionamentos de que a MP teria sido editada em benefício do grupo empresarial da família Batista, o que é negado pelo Ministério de Minas e Energia e pela Âmbar. 

Em nota, a Âmbar diz que a Amazonas Energia “contrata apenas cerca de 30% da energia gerada pelas usinas incluídas na transação” com a Eletrobras. “Todas as alternativas possíveis para solucionar a situação da Amazonas Energia foram desenhadas por um grupo de trabalho [da Aneel], cujo relatório foi publicado em fevereiro de 2024”, acrescentou.

Na proposta para assumir a Amazonas Energia, em análise pela Aneel, a Âmbar estima que serão necessários R$ 15,8 bilhões em subsídios até 2038 para fazer dar conta da reestruturação da Amazonas Energia, que teria a concessão renovada por 50 anos. A Aneel acredita que o valor seria metade disso. A agência reguladora sugere um acompanhamento de resultados para que qualquer eficiência capturada pela Âmbar seja revertida em menos subsídio.

Questionada, a Âmbar diz que sua proposta “busca evitar a repetição de condições que não foram capazes de solucionar o problema”. A empresa lembra ainda que o problema da Amazonas Energia é sistêmico, “acumulando perdas de mais de R$ 30 bilhões em 20 anos”.

A decisão sobre o futuro da Amazonas Energia está nas mãos da Aneel e da eventual aprovação da Medida Provisória 1.232.

 

Da Redação com informações de Investnews

Foto: Divulgação

 

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