Uma força-tarefa que reuniu dirigentes da indústria, comércio, serviços, shoppings e Governo do Estado, na tarde desta quarta-feira, 18, discutiu alternativas para evitar a paralisação total no Amazonas nos setores que movimentam a economia local, devido às medidas emergenciais para evitar o avanço do coronavírus no Estado. O comércio já sinaliza uma queda de até 30% nas vendas, segundo informou com exclusividade ao O Poder o presidente da Câmara de Dirigentes e Lojistas de Manaus (CDLM), Ralph Assayag.
Ele disse que a reunião teve o objetivo de estreitar os laços de trabalho entre o governo, o comércio e a indústria para que, juntos, busquem uma solução para os problemas trazidos pelos casos de Covid-19.
“Vamos trabalhar em conjunto com o governo. À princípio, estamos ajustando vários horários, fazendo procedimentos de limpeza. Nos bares e restaurantes, as mesas estão sendo afastadas, sem contar que será cortado 50% do atendimento nesses locais, até para evitar a aglomeração de pessoas”, adiantou Ralph.
Na reunião, que contou com a presença do governador Wilson Lima, o grupo tratou ainda, segundo o dirigente, de medidas relacionadas ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e sobre o parcelamento, retirada de multa ou refinanciamento de parcelas junto a Agência de Fomentos do Amazonas (Afeam).
“Vamos fazer trabalhos conjuntos com a indústria, onde vai haver alguns fechamentos, e no comércio, vamos alterar horários de ida e vinda de nossos funcionários. Se alarmar, iremos dar o remédio na medida certa, como o fechamento dos cinemas. As lojas já estão com redução de vendas, onde vamos perder até 30% neste mês e o nosso medo são as demissões, que podem chegar entre 4 a 5 mil”, reforçou Ralph.
Fechamento
Assayag explicou que se nada resolver, a única medida é o fechamento total do comércio, mas de forma gradual caso a pandemia do Covid-19 não tenha redução no Estado. “Mas, para isso acontecer, voltaremos a conversar com o governo do Estado, pois ter que fechar tudo irá deixar o Amazonas em um caos financeiros. Infelizmente, isso será traumático para os trabalhadores também”, disse.
“A indústria fará o papel dela, o comércio vai mudar em horários, fechar em alguns locais, os Shoppings fecharão em alguns locais às 12h, outros às 14h. Conforme for aumentando os casos de coronavírus, iremos cortar cada vez mais, até. Espero que não chegue, o fechamento absoluto de tudo”, acrescentou o dirigente.
‘Indústrias estão reagindo’
O presidente em exercício da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, explicou que o Amazonas vem passando por uma paralisação completa, mas, que por enquanto, as empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) estão se preparando e estão reagindo para evitar um mal maior.
“As empresas, por enquanto, até pelos menos nos próximos 15 dias, irão continuar operando normalmente. É claro, algumas não descartam férias coletivas e outras medidas para evitar o contágio do Covid-19. Estamos preocupados, sabendo das consequências, por isso, estamos reunindo com o governo para que, juntos, possamos resolver esse problema. Não adianta sacrificar quem paga os impostos, temos que dividir esse prejuízo”, destacou Azevedo.
Nelson Azevedo explicou que a união de esforços foi para evitar o desemprego, o fechamento de empresas e demais prejuízos para todos os setores da economia local e os trabalhadores.
Henderson Martins, para O Poder
Foto: Hariel Fontenelle/O Poder